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29/09/2013 - 02h58

Pequenas lojas virtuais viram 'inquilinas' das grandes para elevar vendas

FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"
BÁRBARA LIBÓRIO
DE SÃO PAULO

A empresa Meu Amigo Pet vende produtos para animais, como coleiras, no site da livraria Saraiva. Pode parecer estranho, mas trata-se de uma tendência no comércio virtual: grandes companhias estão se associando a lojas virtuais menores para aumentar a variedade de produtos em suas páginas.

O Extra inaugurou essa plataforma, conhecida como "marketplace", neste ano e o Walmart está testando o sistema e deve lançá-lo ainda em 2013. Varejistas como o Magazine Luiza também estão no segmento.

Danilo Verpa/Folhapress
Erick dos Santos vende produtos para a casa na página do Extra
Erick dos Santos vende produtos para a casa na página do Extra

Nesse modelo, as lojas maiores processam o pedido e o pagamento e o e-commerce parceiro faz a entrega.

Do lado da grande empresa, o objetivo é dar mais opções para o consumidor, na tentativa de fazer com que ele consuma mais --as plataformas geram uma fatura única para os produtos comprados, apesar de eles serem de vendedores diferentes.

Os grandes e-commerces também obtém receita adicional sem grandes investimentos em infraestrutura própria, como armazéns. Os "marketplaces" ficam com uma fatia de 8% a 30% da venda.

"Em vez de investir em estrutura e capital de giro, buscamos parceiros e trabalhamos com eles", diz Frederico Indiani, diretor da Saraiva.

Para as pequenas lojas virtuais, é uma oportunidade de aumentar as vendas sem ter de investir mais em marketing --campanhas de links patrocinados em sites de busca, por exemplo.

Luiz Provazzi, 26, gerente de e-commerce da UZ Games, diz que reduziu em 40% o investimento nessa área após ter aderido a uma dessas plataformas, em março. No mesmo período, as vendas cresceram 20%.

"A ideia é que o 'marketplace' represente 40% do nosso faturamento", afirma.

Adriano Vizoni/Folhapress
Luiz Provazzi, da UZ Games, quer 800 produtos em 'marketplaces
Luiz Provazzi, da UZ Games, quer 800 produtos em 'marketplaces'

Antes de firmar a parceria, é preciso fazer ajustes internos. O primeiro é verificar se o negócio tem capacidade para atender um volume maior de pedidos e também de atendimentos ao consumidor.

"Se você faz 50 pedidos por dia e já está no limite, não faz sentido. Vai haver problemas no processamento de pedidos e reclamações", afirma Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.

A qualidade do serviço prestado pela pequena loja costuma ser testada antes da assinatura do contrato.

Vicente Rezende, diretor de marketing do Extra.com.br, não dá detalhes de como é feita essa análise, mas diz que "pode até fazer um pedido na loja para fazer testes". Em caso de descumprimento dos padrões de qualidade, o pequeno lojista pode ser excluído da plataforma.

Erick Augusto dos Santos, 30, sócio da Que Cozinha, loja on-line de acessórios para a casa que aderiu a esse sistema de vendas neste ano, diz que vai ter de aumentar a equipe para lidar com o volume maior de pedidos e contatos dos clientes.

Segundo ele, apesar de os consumidores entrarem em contato primeiro com o grande varejista para tirar uma dúvida ou fazer reclamações, o volume de atendimentos do parceiro também cresce.

"Ou o 'marketplace' não dá informações, ou o primeiro atendimento [da grande empresa] não atende às expectativas", conta.

Santos diz que o volume de vendas "oscila bastante", de acordo com a exposição dos produtos na plataforma. "Novos parceiros têm atenção especial", diz. "Já tivemos um volume de vendas maior. Hoje está mais estável."

Leonardo Soares/Folhapress
Produtos da loja de Daniel Nepomuceno estão em 4 plataformas
Produtos da loja de Daniel Nepomuceno estão em 4 plataformas

DE OLHO NA MARGEM

Como é preciso pagar uma taxa em cada venda, as margens de lucro são menores. E podem ficar ainda mais baixas caso outros vendedores ofereçam o mesmo produto na mesma plataforma, o que incentiva a guerra de preços.

"O cliente poderia comprar direto no meu site, mas está comprando em outro lugar. E ninguém gosta de dividir lucro", afirma Daniel Nepomuceno, 27, presidente-executivo da Meu Amigo Pet.
Flávio Dias, presidente da Walmart.com no Brasil, diz que a empresa "dá liberdade" para que cada parceiro faça sua política de preços. "Mas ele não pode oferecer o produto por um valor mais alto do que na loja dele. Essa restrição existe, sim."

 

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