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04/12/2013 - 12h26

Grupo usa histeria com o Lulu para conseguir investimento de R$ 1 milhão

FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

Em cinco dias, mais de 2.000 pessoas pagaram entre R$ 24,90 e R$ 99,90 para melhorar artificialmente suas notas no Lulu, um aplicativo para celular em que mulheres classificam o comportamento dos homens e que pode servir de base para alguém interessado nos sujeitos --eles recebem hashtags como #RespeitaAsMulheres e #ApaixonadoPelaEx e uma nota.

A informação sobre a demanda por notas artificiais é de Breno Masi, 30, um dos responsáveis pelo Lulu Fake, serviço que promete melhorar a avaliação dos homens no polêmico aplicativo.

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Carlos Cecconello/07.jan.2011/Folhapress
Breno Masi é um dos sócios do Lulu Fake
Breno Masi é um dos sócios do Lulu Fake

Criada por quatro sócios brasileiros, o Lulu Fake oferece pacotes de boas notas, dadas por garotas contratadas para o serviço: entrar no perfil do usuário no Lulu e fazer boas avaliações. O empresário não diz quanto paga a elas pelo trabalho.

Hoje, há cerca de 75 meninas encarregadas de subir a nota dos homens no Lulu. Elas estão sendo recrutadas do banco de dados do site Namoro Fake, que oferece aos internautas a possibilidade de contratar alguém para servir de companheiro falso no Facebook. Flavio Estevam, idealizador do Namoro Fake, também é sócio do Lulu Fake.

De acordo com Masi, que também é diretor da produtora de aplicativos Movile, o grupo fechou um acordo com investidores individuais que vão colocar R$ 1 milhão na empresa deles --esses apoiadores vão ficar com 35% do negócio.

O SERVIÇO REAL

Mas o dinheiro não vai ser destinado a esse serviço, que serviu apenas como um chamariz para um outro produto que eles estão desenvolvendo e querem lançar no ano que vem.

Trata-se de um sistema que vai se conectar a sites como Instagram e Facebook para monitorar a reputação do usuário --se a fotos que ele posta geram impacto positivo ou negativo, por exemplo. A ferramenta, cujo nome o executivo não revela, deve mostrar métricas sobre o assunto.

Ele afirma que o interesse dos homens por melhorar a nota recebida das mulheres mostra que há uma "demanda reprimida" pelo serviço.

"A galera fica preocupada com a reputação, ainda mais em rede social como o Lulu, que na realidade não faz nada. Não faz diferença nenhuma para a vida de um homem ou uma mulher. Mas mostrou como o pessoal é preocupado", conta.

Masi afirma que já tinha o projeto do sistema de medição de reputação e usou o Lulu Fake como uma forma de provar para investidores que há uma demanda por esse tipo de serviço. Dois dos investidores que vão colocar dinheiro na empreitada acompanharam o processo de desenvolvimento do aplicativo, algo que durou 72 horas, diz o empreendedor.

DINHEIRO DE PINGA

O Lulu Fake vai ficar no ar no máximo mais uma semana. Masi afirma que não vai usar o dinheiro obtido com as avaliações artificiais na própria empresa.

"Vamos usar para beber na balada. Os meninos estão querendo fechar um camarote", afirma.

 

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