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16/05/2014 - 11h07

Jovens investem R$ 25 mil em loja virtual de camisetas "de direita"

ISABEL KOPSCHITZ
DE SÃO PAULO

Cansados da dificuldade de achar camisetas com slogans nos quais realmente acreditassem, os catarinenses Daniel Peçanha, 26, e Carlos Alexandre Machado, 33, resolveram empreender num terreno polêmico. Com um investimento inicial de R$ 25 mil, eles criaram a grife virtual Vista Direita.

A empresa vende camisetas de algodão e estampas em silk screen com 12 dizeres como "vivemos uma ditadura de esquerda", "reacionário", "mais liberdade, menos Estado" e "não existe almoço grátis" (frase atribuída ao economista americano Milton Friedman).

Segundo os empreendedores, em quatro dias de negócio, já foram feitas 38 vendas on-line, além de preenchidos cerca de 80 cadastros para compra. Entre os produtos mais visualizados está a camiseta branca "vivemos uma ditadura de esquerda", com 10 mil acessos.

Divulgação/Vista Direita
Uma das camisetas mais procuradas na grife Vista Direita, "vivemos uma ditadura de esquerda"
Uma das camisetas mais procuradas na grife Vista Direita, "vivemos uma ditadura de esquerda"

"Nosso maior objetivo é ser um contraponto à hegemonia da esquerda e dos socialistas em produtos como camisetas do Che Guevara. Estamos criando alternativas para quem não concorda com o comunismo ou o socialismo e quer se expressar", afirma Peçanha, idealizador da grife, que diz fazer parte de comunidades de orientação "libertária", na internet. Ele é administrador de empresas.

EXPANSÃO

Embora não possuam mentores ou aportes financeiros externos –eles dizem procurar um investidor-anjo–, os empreendedores se preparam para lançar, dentro de 30 dias, a linha feminina. Além disso, a dupla vai produzir novos modelos masculinos com diferentes padronagens, tecidos e cortes.

"É muito comum encontrar camisetas temáticas com estampas mais caseiras. Nossa ideia é nos diferenciarmos, apostando na qualidade da confecção", explica Machado, que é designer gráfico.

Por trás da ideia do negócio, diz Peçanha, está a defesa de um Estado mínimo, que não intervenha na economia. Seguindo esta linha, os empreendedores estão entrando em contato com personalidades que eles acreditam que apoiam a causa, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), alguns economistas e o músico Lobão.

"Estamos enviando as camisetas e esperamos que algumas dessas pessoas gostem e usem. Não temos nenhuma expectativa além dessa", garante Peçanha.

Ao ser questionado sobre algumas das opiniões de parcela dos compradores das camisetas, o mentor do negócio é enfático.

"Antes de tudo, a gente quer vender. Vai ter racista usando a nossa camiseta, homofóbicos e defensores da ditadura militar. Não quer dizer que acreditamos nisso. A palavra que nos norteia é a liberdade. Mas não podemos controlar quem compra os nossos produtos", diz Peçanha.

 

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