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07/09/2014 - 03h00

Empresas tentam ocupar todos os espaços vazios com publicidade

VICTÓRIA MANTOAN
DE SÃO PAULO

Ocupar espaços vazios com publicidade se tornou um nicho de mercado para várias empresas do setor.

A agência de publicidade Enox, por exemplo, permite que qualquer empresa ofereça, em bares, wi-fi grátis para os clientes e tenha direito a uma mensagem publicitária na página de acesso.

Há ainda anúncios em lugares como vestiários de academias. Além de cartazes colados nos vidros do box, campanhas já deixaram amostras grátis de xampu à disposição para o banho.

"Nós vimos que existem momentos de consumo que fazem parte da nossa rotina fora de casa que poderiam ser aproveitados para inserir mídia", explica o fundador e diretor de marketing da empresa, Rafael Cordeiro, 33.

Com frequência, esse tipo de publicidade é uma alternativa para empresas com público mais regionalizado ou que não têm verba suficiente para investir em campanhas mais pesadas.

Esses são a maior parte dos clientes de Wagner Rover, 34, que em 2010 começou um cadastro de padarias que fariam parte da rede de publicidade da DivulgaPão, em Curitiba. A empresa vende publicidade nos sacos em que o alimento é entregue e tem franquias espalhadas pelo país.

O modelo de negócio é este: a empresa ganha o valor dos anúncios; em contrapartida, oferece os saquinhos de graça para as padarias.

Um dos clientes da DivulgaPão foi Francisco Bonfati, 47, dono da Marca da Água, empresa que comercializa purificadores e bebedouros de água em Americana, interior de São Paulo.
"Alguns produtos eu ofereço para regiões específicas, não adianta eu fazer propaganda em nível estadual ou nacional, sendo que não é o objetivo do produto", explica Bonfati sobre o motivo da escolha do canal de publicação.

O comerciante entrou em contato com a franquia da DivulgaPão na cidade, que pertence a Gabriel Vieira, 28.

Cada saco oferecido pela empresa permite 32 anúncios. Cada um custa, em média, R$ 400, com uma tiragem de 30 mil sacos, segundo preço sugerido pelo franqueador. Em Americana, Vieira cobra R$ 300 o anúncio.

Algumas empresas, como a Marca da Água, podem comprar todos os espaços disponíveis e ter um saco de publicidade exclusivo.

Especialistas defendem que trazer a publicidade para a rotina das pessoas pode ajudar na consolidação da marca e, em alguns casos, pode ser uma opção para empresas menores investirem em propaganda, mas eles alertam: a publicidade alternativa não dá conta de atingir um público grande.

Milena Mancini, 34, diretora da Projetual Comunicação, agência de propaganda que utiliza vários canais de comunicação, diz que é possível mapear o perfil do consumidor de cada estabelecimento e, assim, a propaganda é melhor direcionada ao público-alvo desejado. "Mas, para atingir um volume maior de pessoas, o cliente tem que fazer a mídia tradicional."

É a opinião também de Salvatore Privitera, 74, proprietário da BagNews, em São Paulo, cujo carro-chefe são sacolas para livrarias, farmácias e bancas de jornais, mas que também oferece publicidade em sacos de pão e até caixas de pizza.
"É uma mídia local, que basicamente veicula publicidade regional. Embora estejamos em vários lugares, com franquias, cada lugar atende um determinado público."

Davi Ribeiro/Folhapress
Salvatore Privitera, 74, é dono da BagNews, que vende anúncios em sacolas.
Salvatore Privitera, 74, é dono da BagNews, que vende anúncios em sacolas.

O preço médio cobrado pelo anúncio é R$ 250 para uma tiragem de 10 mil sacolas, onde cabem de 20 a 24 anúncios.

Ele afirma que, por se tratar de algo inserido no dia a dia das pessoas, em momentos prazerosos, como a ida até a livraria, ou até a banca, o consumidor está mais receptivo à mensagem.

Para Regina Augusto, diretora editorial do Meio e Mensagem, publicação especializada no setor de mídia, existe o risco de a informação passar despercebida, mas ela defende o potencial de canais de publicidade inusitados.
"Se a linguagem for criativa, pode ter impacto. Tudo isso junto e mais a propaganda tradicional formam um composto de marketing eficaz. Não é um substituto, mas é um aliado importante."

 

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