Publicidade
28/09/2014 - 02h00

Faixa de Gaza se torna inesperado polo de start-up de tecnologia

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Contra as expectativas, tem surgido na Faixa de Gaza um núcleo de start-ups estável e bem sucedido.

Isso é possível por dois motivos. Primeiro, há mão de obra disponível. Cinco instituições de ensino formam mais de 2.000 jovens em cursos de tecnologia por ano na conflituosa região.

Só a University College of Applied Sciences tem 6.000 alunos –metade mulheres– em cursos que vão de técnico em alumínio ou em design (um ano) até graduação em tecnologia da informação.

O outro motivo é que nos últimos anos surgiram na região incubadoras voltadas para novos negócios de tecnologia.

Uma delas é Gaza Sky Geeks (GSG), criada em 2011 a partir de um projeto da ONG internacional Mercy Corps, com recursos doados pelo Google.

Há ainda a The Palestine ICT Incubator, que tem parcerias com Intel, Microsoft e ONU, com filial em Gaza, além de outras iniciativas bancadas por empresas privadas.

As incubadoras oferecem tanto mentoria quanto estrutura física para que os projetos sejam desenvolvidos.

Entre os projetos que surgiram, estão o Wasselni, um aplicativo para chamar táxis, o Datrios, uma rede social específica para torcedores de times de futebol árabes.

Há ainda o I'm Alive, voltado para surdos, que traduz qualquer conteúdo para a linguagem de sinais, e o Color Vision, para daltônicos –aponte o celular para uma cor e o aplicativo conta qual é.

Além desses, há várias iniciativas em e-commerce e em softwares para atender necessidades corporativas.

Há agora até um evento chamado Start-up Weekend, que neste ano teve sua quarta edição, reunindo diversos empreendedores. A grande patrocinadora do encontro é a Paltel, ou Palestinian Telecommunication Group, grupo privado que, com suas subsidiárias de telefonia fixa, móvel e internet, é a maior empresa da palestina.

Entre as dificuldades apontadas pelos participantes, duas se destacam.

A energia vive caindo na região –derrubando junto os sistemas– e é muito difícil vender os produtos para o mercado externo. Nem tanto por falta de interesse de potenciais clientes, dizem, mas porque é bastante difícil enviar dinheiro para Gaza.

"Além disso, a reputação de Gaza como uma área de conflito afasta os investidores", disse Reem Omran, co-fundadora do Gaza Sky Geeks, ao site "Global Envision", que se dedica a buscar e divulgar soluções de mercado para a pobreza.

"De qualquer forma, os maiores desafios são os enfrentados por start-ups em qualquer lugar. Muitos empreendedores de tecnologia são apaixonados pelo que fazem, mas transformar isso em um negócio viável é que é a grande questão."

 

Publicidade

 
Busca

Busque produtos e serviços


pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag