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23/10/2014 - 16h22

Empresário quer transformar xerox da faculdade em 'Facebook de papel' para anúncios

ANDRÉ CABETTE FÁBIO
DE SÃO PAULO

"A história da Jacopiei também é uma história de amor", resume Antonio Pugliese, 35. Formado em edificação, o italiano se mudou para o Brasil depois de conhecer num site de troca de idiomas a estudante de administração Jade França Ramos, 21, de Salvador. Para trabalhar juntos, montaram um projeto de negócio que foi selecionado pelo Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), ligado à USP.

A Jacopiei começou a ser testada na Cidade Universitária, em São Paulo, no começo de outubro. A ideia é oferecer fotocópias e impressões de graça a estudantes que, em troca, recebem propagandas em meio ao material. "No final, o produto se parece com uma revista, com algo na frente, algo no meio e algo no fim", explica Pugliese.

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Antonio Pugliese, 35, italiano que veio ao Brasil para começar um negócio de anúncios no xerox de universitários
Antonio Pugliese, 35, italiano que veio ao Brasil para começar um negócio de anúncios no xerox de universitários

O conceito partiu do casal. "Ouvindo a rádio na Itália, fiquei sabendo de uma padaria que dava sacolas de graça promovendo a marca. Aqui, a Jade reclamava do preço que pagava pelo xerox da faculdade", conta Pugliese.

Pesquisando, a dupla descobriu que um modelo parecido com o que tinham em mente já era aplicado nos EUA e decidiu desenvolver um projeto e enviá-lo para o Cietec em novembro do ano passado.

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Pugliese e Jade França, 21, que criaram o Jacopiei
Pugliese e Jade França, 21, que criaram o Jacopiei

Em março, Pugliese e Ramos se mudaram para São Paulo e, em julho, se casaram. Até o momento, a Jacopiei recebeu R$ 100 mil de investimento, parte dele de um amigo de Pugliese, e o apoio da Cietec. "Além de consultoria aulas para estruturar o negócio, eles dão um espaço de escritório a preço quase zero, o que seria impossível em outro lugar em São Paulo."

O negócio funciona assim: os estudantes se cadastram num site e recebem em troca crédito de cópias que podem retirar. O sistema foi desenvolvido com a Poli Júnior, e o site, com a ECA Júnior, empresas tocadas por estudantes da USP.

Os anunciantes podem usar os dados do cadastro para fazer anúncios direcionados, que patrocinam as cópias. "Queremos que seja o mais próximo possível ao anúncio no Facebook, com o anunciante decidindo com qual estudante quer falar e a quantos quer chegar", afirma Pugliese.

De acordo com Pugliese, a responsabilidade por alguma quebra de direitos autorais seria das copiadoras. "Elas sabem que não podem copiar mais do que determinada porcentagem de um livro e trabalham com um material selecionado por professores", afirma. As cópias são limitadas a 50 páginas, sempre frente e verso, por dia para cada cliente.

O serviço está em teste na ECA (Escola de Comunicação e Artes), numa unidade da copiadora Multiofício. Os 170 estudantes inscritos até o momento recebem junto com suas cópias um cupom de desconto de 50% do albergue Zé Caramujo, de Santos, e um QR Code (código que pode ser lido por celulares ou tablets), que dá acesso a um jogo desenvolvido por outra empresa do Cietec.

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Capa usada em xerox bancados pela Jacopiei
Capa usada em xerox bancados pela Jacopiei

Elaine Gardinali, uma das sócias da copiadora, diz que se interessou pelo projeto a ponto de vender à empresa cotas de cópias a preço de custo. "Agora há alunos de outras partes do Campus que vêm conhecer a Multiofício", diz.

Ela afirma que isso deve ajudar a trazer clientes para outros negócios, como encadernação e revisão e que, até agora, mais da metade dos cadastrados já fez cópias.

O próximo passo da empresa é ampliar os testes para uma copiadora da Poli-USP (Escola Politécnica da USP) e cadastrar outros 150 estudantes. De acordo com Pugliese, uma multinacional que lida com recrutamento de profissionais está interessada em anunciar.

 

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