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11/01/2015 - 02h00

Rivalidade faz cursos pela internet buscarem 'estrelas' e universidades

ANDRÉ CABETTE FÁBIO
DE SÃO PAULO

Na disputa pelo crescente mercado de treinamentos on-line para empresas, companhias de educação têm apostado em 'consultores estrela' e instituições famosas.

Desde o final de 2014, a paulistana Affero Lab usa como base para seus cursos material produzido pela Harvard Business Publishing Corporate Learning. "Fornecemos conteúdo diretamente em países como Reino Unido, Cingapura e Índia, mas, como temos uma operação pequena, preferimos usar parcerias no Brasil", diz Al Decarvalho, diretor da editora na América Latina.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Eugenio Mussak, especialista em educação corporativa, recebe comissão de 10% a 20% da Ciatech pelo seu conteúdo
Eugenio Mussak, especialista em educação corporativa, recebe comissão de 10% a 20% da Ciatech pelo seu conteúdo

Segundo Daniel Orlean, sócio-diretor da Affero Lab, para licenciar o conteúdo a universidade cobra royalties que compõem de 30% a 50% do preço dos cursos oferecidos com o material –eles geralmente são apenas parte de treinamentos maiores.

Hoje, o Brasil responde por cerca de 1% do faturamento de US$ 75 milhões da unidade corporativa da editora da universidade, mas a meta é elevar o percentual a 8% em até seis anos. "O Brasil tem bons professores de negócios, mas há pouca pesquisa na área, por isso há mercado para Harvard", diz Decarvalho.

Segundo Stavros Xanthopoylos, vice-diretor do FGV/IDE (Instituto de Desenvolvimento Educacional da FGV), geralmente as instituições de pesquisa brasileiras disponibilizam cursos elas mesmas e evitam parcerias. Além do marketing automático, ao fazer as alianças as empresas obtêm conhecimento que ainda não dominam, diz. "Isso ocorrerá cada vez mais".

A Ciatech se associa a famosos no mercado corporativo e de autoajuda, como o filósofo Mario Sergio Cortella, James Hunter, autor de 'O Monge e o Executivo', e o educador Eugenio Mussak.

"Dei uma palestra no interior do Paraná e veio gente me conhecer porque já tinha me visto na internet", diz Mussak. Ele recebe de 10% a 20% do valor das vendas de seu conteúdo pela companhia, que tem como controlador o UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha.

O material dos palestrantes faz parte da linha SapiênCia da Ciatech, que tem 113 cursos. Os famosos também estão em 300 videoaulas de 4 minutos. "Fizemos uma pesquisa e vimos que os vídeos mais populares do YouTube tinham no máximo esse tempo", diz o gerente de desenvolvimento de clientes Rodrigo de Godoy.

A companhia também formula cursos adaptados para os clientes. Apesar de estarem em diversos países da América Latina, os 1.300 promotores de venda da fabricante de eletrodomésticos Electrolux na região passam pelo mesmo treinamento, criado com a Ciatech, afirma o supervisor Rodrigo Tomaz de Oliveira.

"Antes, tínhamos que montar turmas, agora eles aprendem em tablets, sem sair das lojas."

 

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