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21/01/2015 - 14h46

Aceleradora de negócios consegue ter empresa vendida no Brasil

FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE "CARREIRAS"

As aceleradoras de negócios brasileiras (formadas por investidores que ajudam empresas iniciantes a crescer e se tornam sócios dela para lucrar depois) estão há anos em busca de um caso de sucesso: uma companhia que tenha passado por elas e que renda um bom dinheiro na hora de ser vendida. Até agora, sem sucesso. Mas isso pode ter começado a mudar.

Nesta quarta-feira (21), a start-up (empresa iniciante de tecnologia) brasileira ZeroPaper, dona de um sistema on-line para gestão em pequenos negócios, foi comprada pela americana Intuit, que atua no mesmo setor e faturou US$ 4,5 bilhões em 2014.

A ZeroPaper participou do processo de aceleração de negócios da 21212, do Rio de Janeiro, em 2013. A companhia também tinha participação da TOTVS Ventures e dos investidores-anjo José Schettino e Emmanuel Orillard.

Andre Borges/Folhapress
André Macedo, 35, presidente-executivo da ZeroPaper, que faz software de gestão
André Macedo, 35, presidente-executivo da ZeroPaper, que faz software de gestão

Os valores da aquisição da companhia não foram divulgados, mas Frederico Lacerda, sócio-fundador da aceleradora, afirma que o dinheiro que os integrantes do grupo vão receber por sua fatia no negócio é suficiente para cobrir todo o investimento que eles já fizeram em 40 companhias.

Na fase de divulgação do programa Start-up Brasil, do governo federal, a 21212 dizia que investia entre R$ 20 mil a R$ 50 mil em cada companhia, em troca de 10% a 20% de participação.

Lacerda diz que o negócio é a primeira "saída relevante", ou seja, com lucro, de uma aceleradora de negócios no Brasil. Para ele, trata-se da "comprovação" de que o modelo pode funcionar no país. "Para que ele seja sustentável, precisa haver outras saídas, mas precisávamos que houvesse a primeira", diz o executivo.

Esses grupos ainda têm dificuldades para vender suas participações no país e conseguir reaver o investimento feito –por causa disso, alguns delesprocuraram alternativas para faturar, como oferecer serviços de educação para futuros empreendedores, universidades ou empresas.

André Macedo, 35, presidente-executivo da ZeroPaper, diz que a decisão de vender a empresa foi tomada, entre outros motivos, para conseguir atender mais clientes sem precisar mudar a plataforma: o sistema de gestão funciona bem para microempreendedores individuais e microempresas, mas não é tão completo para companhias maiores.

"Muita gente saía do ZeroPaper porque precisava de um serviço com mais funcionalidades", diz Macedo. Com a aquisição, usuários cujos negócios crescerem e precisarem de mais funções, como controle de estoque ou inventário, serão direcionados para serviços como o Quickbooks, que pertence à Intuit.

Segundo Macedo, o sistema brasileiro, que tem 450 mil usuários, entre pagantes e gratuitos, já dá lucro. A companhia, hoje com dez funcionários, vai se mudar de Brasília para São Paulo.

 

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