Brasileiros criam óculos de realidade virtual para competir com gigantes

Empresários brasileiros pretendem concorrer com tecnologia nacional contra gigantes como o Google e o Facebook no mercado de óculos de realidade virtual.

O curitibano José Evangelista Terrabuio, 46, afirma que a ideia de desenvolver o equipamento, chamado Beenoculus, veio do ainda não lançado Oculus Rift, criado com doações de internautas e depois comprado por US$ 2 bilhões pelo Facebook.

A diferença é que, enquanto o Rift tem uma tela própria, o Beenoculus funciona como um capacete no qual se acoplam smartphones. Lentes especiais fazem com que o usuário "entre" na tela.

"Hipotequei um imóvel para chegar ao Beenoculus", conta Terrabuio, que estudou ótica por conta própria. O produto foi apresentado na feira de tecnologia CES, em Las Vegas, neste mês.

Para trabalhar no protótipo, utilizou uma impressora 3D importada da China. Em busca de informações sobre o equipamento, Hermes dos Santos Filho, dono de uma fábrica em Barueri, na Grande São Paulo, entrou em contato com Terrabuio via internet. Ficou sabendo do Beenoculus e virou investidor.

"Coloquei em torno de R$ 1 milhão na confecção dos moldes para a fábrica", diz. Em troca, recebeu 30% das ações da companhia.

Os óculos estão em pré-venda no site da empresa por R$ 99. Terrabuio espera que sirvam também para fins educacionais. Um convênio com a USP criou uma viagem virtual dentro do ouvido humano. "Você é uma microcâmera que olha para os ossículos enquanto ouve todos os nomes."

VISÃO DO ESPECIALISTA
Jacques Barcia, coordenador de tecnologia do Porto Digital

TEM FUTURO
O aparelho estar conectado a smartphones é vantagem, já que eles devem substituir os PCs

E OS GRÁFICOS?
A experiência pode não ser satisfatória por causa da capacidade de processamento dos celulares inteligentes