Publicidade
19/03/2015 - 16h03

Paulistano investe em tênis de até R$ 900 para jovens

FERNANDA PERRIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O paulistano Igor Morais da Cruz, 33, é fundador da Kings Sneakers, loja especializada em calçados para o público "sneakerhead" –em geral, jovens com estilo urbano, dispostos a gastar valores altos (até R$ 900 na loja virtual da marca) com tênis de edições limitadas, de marcas como Nike e Converse.

A Kings caiu no gostou de MCs e rappers de São Paulo –e, consequentemente, de seu público. Hoje, a marca também vende camisetas, moletons e bonés de aba reta, além de abrir franquias.

Divulgação
Diretor da rede de lojas de tênis Kings Sneakers, Igor Moraes, hoje empresário, que iniciou sua carreira ainda muito jovem, na periferia da cidade, e hoje com 32 anos já é dono da rede com diversas lojas em São Paulo
Igor Morais, hoje empresário, iniciou sua carreira ainda muito jovem, na periferia da cidade

LEIA O DEPOIMENTO

Meu pai era dono de uma lojinha de discos de black music no final dos anos 1980 no subsolo da Galeria do Rock, que é conhecido como "Bronx" por ser voltado pro público negro. Quando ele faliu e resolveu entregar o ponto, eu pedi pro meu pai passar pra mim. Dei continuidade vendendo CD de rap.

Em 2006 ou 2007 eu fui em um outlet da Nike. Foi lá que percebi que os tênis eram uma oportunidade, porque eram os modelos que eu sempre gostei mas que não tinha para vender no nicho de mercado. Peguei uns pares e coloquei para vender na loja de CD. Um dia passou um cara da Nike por lá que viu, gostou e resolveu me dar uma oportunidade.

Eu sempre quis abrir um negócio, nasci para isso. No começo minha intenção era unir moda e música, fazer uma loja juntando os dois. Mas com a globalização, o disco e o CD saíram de mercado, então eu fiquei com a moda.

Quando chegaram os anos 2000, a Nike trouxe tênis voltados principalmente pro público de rap, mas para não botar para vender em porta errada, eles preferiram não dar para ninguém vender e queimar tudo no outlet.

Eles sempre quiseram entrar na Galeria do Rock, porque esse nicho é voltado totalmente pro público negro, mas ninguém conseguia fazer o trabalho certo. Quando eles me viram, acreditaram no meu trabalho, e desde então estamos juntos.

A minha úncia ajuda com o negócio foi a Nike ter acreditado em mim. Nem ajuda financeira eu tive. Eu digo que eles acreditaram porque eu era bem pequeno, não tinha histórico. Na verdade eles apostaram em mim, pensaram "vou morrer na mão desse menino".

A Kings bomba não pelo lance de vender o calçado, mas o desejo do calçado. Nossa estratégia é estar na cabeça certa. Não é uma questão de ser o MC Guimê, o Criolo. Como eu to há 22 anos no subsolo da galeria, eu conheço eles há muito tempo, desde antes de fazermos sucesso.

A Kings não é 'fake', ela é raiz mesmo, foi criada no nicho, na black music. Não é que a gente chegou do nada, no oportunismo.

Meu próximo passo são as franquias. Já temos quatro, e para 2015 queremos abrir de 10 a 20. Eu quero ver esse lance bombar, fazer o brasileiro se vestir certo no meu nicho de streetwear, parar de misturar. Memso se ele não quiser vestir nosso segmento, quiser vestir o surf por exemplo, que ele vista correto.

 

Publicidade

 
Busca

Busque produtos e serviços


pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag