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08/03/2015 - 01h20

Pequenas empresas tentam driblar efeitos do dólar em alta

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Pequenas empresas têm mais dificuldade para se proteger das flutuações do dólar e estão mais vulneráveis do que as de grande porte neste momento de desvalorização cambial, afirma José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

"Em uma pequena empresa o dono faz tudo, ele não consegue comercializar e cuidar do hedge cambial [contrato de compra com taxa de câmbio pré-fixada] para suas importações ou isso pode ser caro para elas", afirma.

Empresas de pequeno porte que trabalham com insumos importados devem repensar as quantidades de bens que trazem ao país, diz.

Rafael Cervone, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) diz que as pequenas lojas sentem "qualquer oscilação no câmbio".

Marlene Bergamo/Folhapress
Alexandre Bratt, do Clube da Cerveja, diz que vai repassar preços do câmbio ao cliente final
Alexandre Bratt, do Clube da Cerveja, diz que vai repassar preços do câmbio ao cliente final

Os produtores nacionais dependem de uma parte de importados para sua manufatura. O preço do algodão e do poliéster são cotados em dólar, diz. A alta da taxa de câmbio, no entanto, é compensada por uma queda no preço do produto.

"Estou com medo", diz André Feldman, sócio da Lalitex, uma tecelagem de médio porte focada no mercado de alta decoração.

Grande parte dos insumos dele é importada. Na última terça (3), ele recebeu uma nota informativa de fornecedores dizendo que os preços vão variar a cada dia, dependendo do valor do dólar.

Feldman tenta contornar a alta com foco maior em exportação. Ele estima que, hoje, cerca de 2,5% de sua receita venha da venda para os EUA e América Latina. Ele quer que essa fatia represente 20% em dois anos.

Para as pequenas e médias importadoras, a desvalorização do real aumenta gastos logísticos até mesmo de produtos que já foram comprados antes da disparada da moeda estrangeira.

Por exemplo, para manter um container no Porto de Santos paga-se em dólar, relata Alexandre Bratt, 35, diretor administrativo, da Clubeer, uma empresa que oferece assinatura de cervejas.

"Estamos revendo portfólio, para negociarmos volumes maiores com nossos fornecedores. Mas em parte dos produtos a gente vai repassar os aumentos, não tem o que fazer", diz ele.

 

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