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22/03/2015 - 01h04

Pequenas indústrias não estão preparadas para apagão, diz pesquisa

FERNANDA PERRIN
DE SÃO PAULO

A crise hídrica que afeta o Estado de São Paulo foi motor para impulsionar muitas indústrias a adotarem medidas para economia de água. Segundo pesquisa encomendada pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) ao Datafolha, 68% das empresas paulistas fizeram mudanças em suas operações para evitar o desperdício.

No caso da dependência de energia elétrica a situação é diferente. Ainda que ela seja um insumo de produção para 67% das indústrias, apenas 3% possuem uma fonte alternativa de energia, aponta o estudo.

Os episódios de falta de luz registrados em janeiro afetaram cerca de um terço das indústrias do Estado. Com o restabelecimento do fornecimento de energia, porém, veio também o reajuste das tarifas –novo vilão no orçamento das empresas.

A preço da energia, que representa por volta de 21% dos custos das empresas, subiu em média 23,4% no país, considerando residências e indústrias.

"Já estamos sofrendo com o aumento dos custos de energia", afirma Orestes Polisel, diretor de marketing da fábrica de esmaltes Specialittá, com sede em São Paulo. "Mas com o mercado tão parado, nós não pensamos em repassar [esse aumento] pro produto."

Polisel diz que o mercado de cosméticos passa por uma queda acentuada desde o ano passado e, para de adaptar ao novo cenário, uma saída comum foi a demissão de funcionários.

MELHOR PREVENIR?

Na Sottozero, fábrica de sorvetes localizada na região da Barra Funda, o fornecimento constante de energia elétrica é crucial para a preservação do produto. "[Para a distribuição] eu dependo única e exclusivamente de câmara fria, que é alimentada por energia", diz Thiago Ianni, gerente administrativo da empresa.

Ainda assim, após refletir sobre a compra de um gerador próprio da fábrica, a conclusão foi que o melhor era não fazer o investimento. Pesou na decisão o provavelmente baixo número de vezes em que ele seria acionado, a depreciação e os custos de manutenção.

E tudo isso após gastar R$ 100 mil reais na compra do produto.

Mas, sem poder se arriscar, a Sottozero encontrou uma solução intermediária. "Fizemos um contrato de exclusividade [com uma empresa que aluga geradores] a R$ 150 por mês. Numa eventual urgência, eles têm algumas poucas horas para nos providenciar um gerador", conta Ianni.

A pesquisa ouviu 314 empresas de São Paulo, no período de 6 a 13 de fevereiro.

 

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