Empresa analisa comportamento para motivar economia de energia
FILIPE OLIVEIRA
DE SÃO PAULO
Atendimento personalizado, baseado em conhecimento de ciência comportamental e dos hábitos dos clientes.
A fórmula de sucesso, que poderia descrever a estratégia de inúmeras companhias, tem sido aplicada pela norte-americana Opower para melhorar a relação entre as distribuidoras de energia e quem paga a conta de luz.
A consequência é uma economia no consumo de energia -segundo a empresa, foram 6 terawatts-hora desde seu início, em 2007, suficiente para abastecer a cidade de Campinas (SP) por dois anos.
Divulgação | ||
Alex Laskey, 39, fundador da empresa norte-americana Opower |
A companhia, que trabalha para as distribuidoras, combina informações sobre o uso em tempo real de energia de cada consumidor com dados como temperatura, umidade e horário.
Essas informações são analisadas por softwares que, então, enviam mensagens aos consumidores com dicas para economizar eletricidade, especialmente quando eles tendem a gastar mais.
A análise de dados permite ainda que as distribuidoras discriminem nas contas quanto foi gasto para cada função, como resfriamento da casa ou iluminação.
Hoje a empresa atende cerca de 100 distribuidoras e coleta dados de 55 milhões de consumidores em dez países. Em 2014, a empresa faturou US$ 128,4 milhões, 45% a mais do que em 2013.
Uma das formas de usar informação para incentivar economia é mostrar às pessoas o quanto seus vizinhos economizam, explica Alex Laskey, 39, um dos fundadores.
"Quando você quer fazer uma coisa e sua mãe diz não, você diz, 'mas a mãe do meu amigo deixa'. Quando o assunto é energia, em geral, não temos noção do que os outros estão fazendo e saber é muito motivador", diz Laskey.
Outro objetivo da empresa é fazer o consumidor médio deixar de se relacionar com a distribuidora apenas quando falta luz ou a conta está alta.
"Um presidente de uma distribuidora de energia comparou o setor ao de papéis higiênicos, porque as pessoas só o notam quando precisam do produto e ele não está lá. O que fazemos é ajudá-los a se engajarem de um modo positivo com o cliente."
Laskey esteve no Brasil neste mês para discutir a situação do setor com as concessionárias locais.
Para ele, a estratégia da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de obrigar as distribuidoras de energia a veicularem propaganda para reduzir consumo ajuda em momentos de crise, mas é pouco eficiente.
"As empresas precisam conquistar confiança dos consumidores. E, no futuro, terão mudanças profundas em seus negócios, principalmente com a entrada de companhias especializadas em energia solar."
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade