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26/04/2015 - 02h00

Brasileira faz sucesso com tapiocas em Berlim e já planeja food truck

ANDERSON FIGO
DE BERLIM

O estande nas principais feiras gastronômicas de Berlim ficou pequeno para o sucesso que as tapiocas brasileiras fazem entre turistas e alemães. No verão, alta temporada para o comércio europeu, mais de 300 unidades chegam a ser vendidas por dia, afirma a pernambucana Mariana Pitanga, responsável pela Tapiocaria. Com quase um ano de existência, a marca já tem faturamento médio bruto de € 2 mil (cerca de R$6.500) mensais.

"Temos que crescer de alguma forma, pois não dá mais para negar convites", diz Mariana. "Somos chamados para participar de feiras gastronômicas em toda Alemanha e até no exterior. Neguei um convite para ir a Zurique [Suíça] porque não tinha como transportar sozinha os equipamentos."

Anderson Figo/Folhapress
Barraca de tapioca da brasileira Mariana Pitanga, em Berlim.
Barraca de tapioca da brasileira Mariana Pitanga, em Berlim.

A aposta para solucionar o problema de logística da Tapiocaria é o food truck –caminhão equipado com cozinha profissional para o comércio de alimentos. "Vamos ganhar tempo, já que não será mais necessário chegar aos eventos com muitas horas de antecedência para montar o estande. Além disso, poderemos viajar e levar a marca para mais lugares."

Para que a Tapiocaria ganhe uma versão sobre rodas, a designer gráfica e empresária recorreu ao crowdfunding (financiamento coletivo on-line). O mecanismo é simples: através de uma página na internet, as pessoas que gostam da marca podem fazer contribuições em dinheiro ao projeto. Os valores vão de € 5 (R$ 16) a € 1,3 mil (cerca de R$ 4.220). Quem contribui pode ter, em troca, sua foto estampada no food truck, receber descontos na compra de produtos ou até uma visita da Tapiocaria em seu evento, dependendo do valor doado.

A intenção é arrecadar entre € 20 mil (R$ 65 mil) e € 25 mil (R$ 80,8 mil), o que seria suficiente para cobrir os gastos com a compra do caminhão, os equipamentos e a montagem da cozinha. A parte burocrática fica a cargo do engenheiro alemão Peter Westerhoff, marido de Mariana. É ele quem cuida das licenças de funcionamento, habilitações e finanças do negócio. A ideia é que o food truck esteja pronto para o verão europeu em 2015, entre junho e agosto.

"O crowdfunding foi ideia do Peter. É uma alternativa ainda pouco utilizada no Brasil, mas que faz sucesso na Europa", diz a designer gráfica, que nunca fez curso de gestão de negócios e afirma ter tomado todas as suas decisões empresariais com base no "feeling". "Os europeus têm menos medo de arriscar. O brasileiro, quando tem possibilidade de perder 20.000 euros, já pensa logo que essa quantidade de dinheiro daria para comprar muita coisa no Brasil."

Mariana foi para Alemanha em junho de 2011, quando se mudou à Berlim para aprender alemão. A escolha da cidade foi influência do então namorado Peter, que havia conhecido durante uma viagem de férias à Nova York no ano anterior. "Eu sempre gostei muito de cozinhar e queria trabalhar com isso. Aproveitei o período em Berlim para me aventurar nessa área", disse.

Um ano depois, Mariana se mudou com Peter para Münster, onde alugava a cozinha de um restaurante para fazer geleias caseiras de sabores exóticos, como alecrim e pimenta. Foi lá onde conheceu a dona de uma escola de culinária, que a convidou para ser sua ajudante. Em poucos meses Mariana já estava dando aula de culinária sozinha, em alemão.

Em janeiro de 2013, quando o casal voltou a morar em Berlim, a designer caminhava pelas ruas do bairro de Kreuzberg quando se deparou com a Markthalle Neu, uma das feiras gastronômicas mais tradicionais da cidade. "Tinha comida de todas as partes do mundo ali, menos do Brasil. Eu pensei na hora: tenho que ter um estande aqui. Como sou de Recife, precisava fazer algo da minha região. Não tive dúvida: tapioca", afirmou.

Anderson Figo/Folhapress
Folheto em alemão explica a origem da tapioca
Folheto em alemão explica a origem da tapioca

O processo levou meses, já que há muita demanda por espaço na feira. "Há também muita burocracia, muitos documentos que têm que ser preenchidos, e até uma banca de jurados que fazem degustação da comida que será vendida", explica Mariana.

PLANOS

Se o food truck der certo, a Tapiocaria quer partir para uma segunda etapa: food trailers. Assim, enquanto a versão maior do negócio estiver na estrada, os trailers vão poder estacionar nas feiras de Berlim, onde hoje são montados os estandes da marca.

"Se não conseguirmos atingir a meta para montar o food truck, vamos pensar no food trailer como primeira opção. Só o fato de não ter que carregar caixas e caixas de equipamentos já vai ampliar a produtividade e, consequentemente, a lucratividade do negócio", afirma a empresária.

Mariana também planeja contratar, a partir de maio, novos funcionários freelancers para ajudá-la no negócio. Atualmente ela conta com quatro colaboradoras, três brasileiras e uma italiana, que recebem por hora trabalhada.

 

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