Consultoria propõe converter empresas a 'novo capitalismo'
FERNANDA PERRIN
DE SÃO PAULO
O setor de negócios sociais ainda está saindo de uma "fase de engatinhamento" no Brasil, avalia Rodrigo Tavares, presidente-executivo da consultoria Granito & Partners, lançada neste domingo.
Com investimentos de Antônio Ermírio de Moraes Neto, do fundo Vox, e Fábio Barbosa, ex-Abril, a proposta do negócio é ajudar grandes empresas brasileiras a incluírem no centro de suas atividades princípios de transparência, governança, sustentabilidade e impacto social.
De acordo com Tavares, o cenário brasileiro está bem preparado para o fortalecimento de pequenos negócios sociais por meio de fundos e aceleradoras. A Granito surge, diz ele, para trazer essas ferramentas para as grandes empresas brasileiras.
O fundador admite, porém, que o empresariado brasileiro ainda tem certa resistência em enxergar impacto social como elemento central, e não acessório, do negócio.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
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Rodrigo Tavares, fundador e CEO da consultoria Granito & Partners, em São Paulo |
"Ao contrário dos líderes na Europa e nos Estados Unidos, os brasileiros ainda olham para esta nova fase do capitalismo com algumas deficiências. Muitos deles são unicamente movidos pela necessidade de gerar lucro sem entender que podem gerar o mesmo ou até mais se tornarem sua empresa mais sustentável", diz Tavares. A empresa não informa quanto cobrará pelo serviço.
No ano passado, quase US$ 7 trilhões (R$ 21 trilhões) de investimentos originados nos Estados Unidos foram feitos em iniciativas socialmente responsáveis -um aumento de 76% em relação a 2012.
CRISE
Além da desconfiança do empresariado brasileiro, a consultoria nasce em um cenário de instabilidade econômica, o que deve agravar o desafio de criar interesse nas empresas por questões sociais e ambientais.
"É muito mais fácil incorporar princípios de sustentabilidade numa visão de longo prazo. Numa visão de curto prazo estrita, existe um 'trade off' [conflito de escolha] entre uma coisa e outra [lucro e sustentabilidade]", diz Antônio Ermírio de Moraes Neto, referindo-se ao momento de crise.
Por outro lado, é nestas horas em que se abrem oportunidades para reformular o modo tradicional de pensar o negócio, afirma Neto.
Tavares diz ainda que, com crédito mais difícil, as empresas se verão obrigadas a buscar outras fontes de recursos, como títulos verdes, que não liberam dinheiro a não ser para empresas que sigam os princípios de sustentabilidade e transparência.
Para Fábio Barbosa, investir em uma estratégia sustentável torna o negócio mais resiliente contra crise. "Empresas que geram impacto social e ambiental são empresas que remam a favor da correnteza."
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