Indústrias são as microempresas mais 'maduras', mostra pesquisa

As pequenas indústrias do Estado de São Paulo têm uma gestão mais madura do que negócios do mesmo porte do setor de varejo.

Essa é uma das conclusões de uma pesquisa publicada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de São Paulo. Para averiguar o grau de maturidade, foram levados em conta fatores como o tempo de existência do negócio, o valor dos bens e equipamentos da empresa, a experiência do empreendedor e o se ele emprega parentes.

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O presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf, atribui essa diferença a uma maior atenção dos empresários da indústria à tecnologia. "As indústrias se preocupam mais em inovar e por isso acabam tendo mais possibilidades de crescimento", afirma.

	Danilo Verpa/Folhapress
	Fábio Ghilardi é dono de uma indústria que produz telas esportivas

O presidente do sindicato das micro e pequenas indústrias do Estado, Joseph Couri, aponta outro motivo que pode explicar a maior maturidade: a educação. Ele afirma que 47% dos empreendedores de empresas desses portes têm ensino superior incompleto ou completo. "É uma média elevada para os padrões brasileiros", explica.

O estudo do Sebrae-SP também aponta que as indústrias de micro e pequeno portes passam por dificuldades relacionadas à capacidade de produção, concorrência estrangeira e rotatividade de mão-de-obra.

O diretor do departamento da micro e pequena indústria da Fiesp, Milton Bogus, afirma considerar que o momento é crítico. "A queda da demanda gerou dispensas. O pequeno empresário precisa tentar motivar os funcionários que ficaram e passar a qualificar seus resultados não no faturamento, mas, sim, no resultado."

Segundo essa pesquisa, muitos desses funcionários que precisam ser motivados são os próprios parentes dos empreendedores: 64% dos donos de pequenas indústrias disseram que contratam seus familiares.

Foi o que fez Fábio Antônio Ghilardi Júnior, 48, dono da Fábio Sports, da cidade d São Palo, que produz redes para quadras de tênis e vôlei.

Ele contratou o irmão, mas diz que se arrepende. "Ele está acostumado comigo desde criança e se sente mais livre para não me obedecer. Eu tinha problemas com ele em algum dia e, daí, no fim de semana, ele estava lá na casa do meu pai. Era complicado", descreve.