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07/06/2015 - 01h07

Start-ups tentam vencer hegemonia do Google na busca on-line

CONOR DOUGHERTY
DO "NEW YORK TIMES", EM SAN FRANCISCO

As autoridades de defesa da competitividade da União Europeia apresentaram acusações antitruste contra o Google sob o argumento de que as operações de busca da empresa se tornaram tão poderosas que era quase impossível competir contra ela. Mas não diga isso a Bobby Lo.

Lo fundou a Vurb, uma start-up (empresa iniciante de tecnologia) que oferece um novo serviço de buscas para celulares. A ideia é tomar diversos temas comuns de busca -como restaurantes e filmes- e agrupá-los em blocos de informação e apps para ações correlatas. A empresa está instalada no movimentado centro de San Francisco, nos EUA.

Ele é um dos diversos empreendedores que estão apostando que a ascensão dos celulares criou uma oportunidade que um dia parecia impensável: a de desafiar o Google em sua hegemonia na busca on-line.

The New York Times
Quixey aposta em serviço de busca dentro de aplicativos
Quixey aposta em serviço de busca dentro de aplicativos

Depois de uma década na qual empreendedores e investidores se mantiveram o mais longe possível do campo de jogo do Google, agora o setor de capital para empreendimentos está despejando centenas de milhões de dólares em dezenas de start-ups, porque elas dizem acreditar que o gigante da internet não conseguirá dominar as buscas em celulares da mesma maneira que faz nos computadores.

"Não surgiu uma grande solução para as buscas móveis", disse Lo.

Grupos de capital para empreendimentos capitalizaram 27 companhias de buscas em 2014 e 33 no ano anterior - os dois anos mais ativos já registrados na categoria, de acordo com a CB Insights, cujos dados sobre o setor de capital para empreendimentos remontam a 1999.

O maior salto aconteceu entre as companhias de buscas móveis, de acordo com relatório que a CB Insights divulgou em março passado, em especial companhias que usam "links profundos" para conectar aplicativos móveis da mesma maneira pela qual sites são conectados na web.

Cada uma dessas empresas de busca propõe abordagem um pouco diferente.

A Quixey, que levantou US$ 135 milhões, oferece uma caixa tradicional de busca que ajuda pessoas a encontrar informações dentro de apps, bem como funções de serviço, como, por exemplo, um botão para solicitar táxis.

Uma companhia chamada URX está tentando criar links entre apps de modo que as pessoas possam executar ações relacionadas saltando de um a outro.

Outras ideias incluem inserir buscas em serviços de mensagens de celulares ou criar novos apps para a tela principal do celular que usem dados de padrões de comportamento do usuário para prever o que ele pode querer a seguir -conceito no qual o Google já investiu.

"Se você perguntar a cem pessoas se existem ou não problemas com os serviços de buscas, 99 responderiam que o Google é perfeito e é tudo de que elas precisam", diz John Lilly, sócio da Greylock Partners, que capitalizou uma start-up chamada Jack Mobile.

"Mas se você pergunta a elas como fazem para descobrir o que está passando hoje na TV ou escolher onde vão jantar, sua resposta seria que isso não é algo que o Google forneça, que isso não é uma busca". Assim, embora as pessoas não considerem que as buscas têm problemas elas podem ser melhoradas, disse Lilly.

Por trás das novas companhias está a convicção de que as pessoas podem usar celulares de maneira muito diferente da que usam seus computadores de mesa e laptops –o que cria um nicho de negócio no mercado de busca.

"Nenhum empreendedor iniciaria, e ninguém capitalizaria, um novo produto de buscas para a web", disse Keith Rabois, sócio da Khosla Ventures, que capitalizou uma companhia de buscas móveis chamada Relcy.

A diferença mais evidente no caso das buscas móveis é que as pessoas carregam seus celulares o tempo todo, o que oferece às empresas de busca informação adicional, como a localização, para prever o que os usuários podem desejar. Essa é a principal ideia da Vurb.

Quando alguém usa a Vurb para procurar um filme, obtém uma única página de resultados, com críticas, informações e os cinemas próximos ao local em que ele está, bem como links para compra de ingressos e para chamar um táxi. Quando um usuário busca um filme antigo, o serviço busca resultados de aplicativos de vídeo como o Netflix.

"Se estou procurando por um filme, a probabilidade é de que eu queira também uma ou duas outras coisas relacionadas a isso", disse Lo.

As buscas móveis também apresentam desafios especiais para uma empresa estabelecida como o Google. Com sua constelação de apps e de sistemas operacionais concorrentes, o mundo móvel é muito fragmentado e dificulta para uma companhia indexar todas as informações mais relevantes, da forma como o Google indexou a web.

É claro que o Google não tem planos de ceder espaço nas buscas. Os engenheiros da empresa está ocupados reformulando seus sistemas de buscas para aparelhos móveis.

"Sempre que ocorre uma mudança de plataforma, é preciso descobrir qual é a interface certa", disse Aparna Chennapragada, diretor de administração de produtos na divisão de buscas do Google.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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