Publicidade
12/07/2015 - 02h00

Artista plástica se reinventa ao colocar buquês em máquinas de vendas

FERNANDO SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fatima Casarini buscava os dois filhos em uma escola de inglês em Pinheiros (zona oeste de São Paulo) quando avistou uma loja que mudaria sua vida.

"Cafona", segundo ela, a floricultura a impulsionou a empreender de novo – após o fiasco de sua confecção de roupas, em 1990, na onda do Plano Collor. "Se aquela loja com misturas erradas de flores e cheia de enfeites coloridos dava certo, eu poderia investir", relembra.

Artista plástica formada pela Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), a paulistana transformou o desejo de dar outra cara ao ramo da floricultura em um negócio no quintal de sua casa. Ela começou em 1992, com cerca de R$ 20 em flores que comprou no Ceagesp, feira em São Paulo.

Seis anos depois, foi para a internet, criando a Flores Online ainda nos primórdios da rede, e chegou a fazer 500 arranjos por dia. Agora, aos 62 anos, investiu R$ 1 milhão na Ramo Urbano, de buquês em máquinas de venda.

A companhia instalou o primeiro equipamento, igual àqueles em que se compram salgadinhos e refrigerantes, em março de 2014, no shopping Pátio Higienópolis. Depois, vieram mais quatro.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Fatima Casarini, 62, entra em uma de suas máquinas de flores em São Paulo
Fatima Casarini, 62, entra em uma de suas máquinas de flores em São Paulo

Para este ano, a empresária e o sócio, o irmão Antonio Madaleno, 55, preveem faturar R$ 420 mil e negociam levar as máquinas a Portugal.

O funcionamento se assemelha ao das máquinas de bebidas, mas o elevador interno garante que as flores fiquem intactas ao cair.

Pode-se escolher arranjos em seis prateleiras, a preços entre R$ 16 e R$ 48, dispostas dentro de um sistema refrigerado a 9°C. Para pagar, só são aceitos cartões.

O conceito não veio de primeira. "Foi de uma grande frustração que surgiu a ideia", diz ela. "Eu, o Antonio e a Lorena [Duff, 31, designer que trabalha na empresa] queríamos vender em truck flowers, em carrinhos bem charmosos. Mas, após ir à prefeitura, meu irmão voltou desanimado, pois disseram só ser permitido carros de pipoca e cachorro-quente. Aí, a Lorena nos mostrou a máquina em um site."

BONS CONSELHOS

Fatima sempre foi adepta de dar uma chance ao acaso. A escolha por artes plásticas veio da sugestão de uma amiga nos anos 1980, quando discutiam sobre o que estudar.

Já o talento para fazer arranjos foi descoberto depois que ela leu em uma revista o anúncio de um curso na mesma semana em que vira a floricultura "cafona".

"Na aula, percebi que aquele era meu mundo. Lembro da satisfação de mostrar o resultado em casa."

As três aulas levaram-na a trabalhar com flores, e a propaganda dos próprios clientes impulsionou os negócios. "Por mais que a tecnologia avance, o boca a boca é muito confiável", afirma.

Em 2012, a Flores Online virou sociedade: a norte-americana 1-800-Flowers.com tem 32,5% da empresa, o fundo nacional BR Opportunities, 30,5%, e a família Casarini, 37%.

Ao sair do comando da marca, em 2013, Fatima se estabeleceu em um estúdio no bairro da Lapa. No local, sede da Ramo Urbano, ela também prepara flores para casamentos e outros clientes, dá cursos e se diverte com os casos que seu irmão conta.

Graças ao telefone informado na lateral dos aparelhos, Madaleno atende as dúvidas dos clientes, incluindo eventuais problemas técnicos. "Às vezes, quando a pessoa quer comprar e não consegue, ele para que o cliente desligue a máquina da tomada", diz ela, aos risos.

 

Publicidade

 
Busca

Busque produtos e serviços


pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag