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02/08/2015 - 01h43

Equipe brasileira vence competição internacional de negócios inovadores

FELIPE GUTIERREZ
ENVIADO ESPECIAL A REDMOND

Divulgação
Juliana Priani (esq.), Bianca Letti e Daniel Tsuha, criadores da eFitFashion, durante a competição nos EUA
Juliana Priani (esq.), Bianca Letti e Daniel Tsuha, criadores da eFitFashion, durante a competição nos EUA

Um projeto do setor têxtil que surgiu na USP Leste, em São Paulo, ganhou o primeiro lugar na competição internacional de projetos de negócios inovadores promovida pela Microsoft, nos EUA.

A equipe recebeu também US$ 50 mil (R$ 169 mil) e uma sessão de mentoria com o CEO da gigante de informática, Satya Nadella.

Eles chegaram à frente de 11 finalistas de outros países, como EUA, Inglaterra, Canadá, França e Japão.

A proposta dos jovens é uma plataforma de intermediação entre pessoas que querem comprar roupas sob medida e costureiros.

Na prática, o sistema substitui um profissional que, hoje, é essencial para fazer roupas sob medida: o modelista.

"No método tradicional, é preciso levar em conta a margem da costura, a curva de cada parte da roupa e outras variáveis. Isso dá problema, leva tempo e encarece o processo", diz Daniel Tsuha, 24, recém-formado em sistemas de informação e um dos sócios do eFitFashion.

Pela plataforma, o cliente toma as medidas do próprio corpo e envia os dados. Em seguida, um algoritmo usa as informações para calcular o tamanho dos moldes -que podem, então, ser impressos pelo costureiro.

Há três anos, Tsuha formou a equipe com a colega do curso de sistemas de informação Bianca Letti, 21, e a aluna de mestrado em moda Juliana Priani, 26.

Priani diz considerar o mercado promissor porque os brasileiros têm dificuldade para encontrar roupas com o tamanho exato e um bom caimento.

"A roupa não veste a todos da mesma forma. A manga pode ficar apertada, o tecido pode sobrar no ombro. Às vezes, um corpo tem diferenças, uma perna pode ser um pouco mais longa", diz.

Segundo a Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis), o país ainda não tem uma padronização de moldes para as peças porque falta um levantamento das medidas dos corpos da população para estabelecer um parâmetro para os tamanhos das roupas.

PARA OS PEQUENOS

Por enquanto, a eFitFa-shion passa por testes. Nos dois dias da competição, os três jovens empreendedores usaram camisas confeccionadas pela plataforma. Cada peça saiu por R$ 150.

Uma das orientadoras do projeto, a professora do curso de Têxtil e Moda da USP Isabel Italiano, diz que a solução para agilizar a etapa da moldagem favorece pequenas empresas, que podem cortar custos e vender a preços mais competitivos.

A ideia é que a start-up fique com uma parcela do preço da roupa. Segundo Italiano, as costureiras ganham mais por peça encomendada pelo eFitFashion do que no sistema tradicional.

A empresa está em fase de busca de investidores e deve usar o dinheiro do prêmio, assim como a sessão com Nadella, para ajudar a viabilizar a empresa.

"O mais forte da equipe é a estratégia de negócio: a maneira como clientes, lojas on-line e costureiros se conectam. Fiquei impressionada com essa sacada", diz Victoria Grady, diretora de programas da Microsoft.

Um dos jurados do prêmio, o ator Thomas Middleditch, de Sillicon Valley, exibida na HBO, elogiou o fato de a equipe ser formada por uma programadora -a série de TV recebe críticas por não mostrar mulheres na profissão, diz.

O diretor da Abit, Fernando Pimentel, afirma que esse tipo de solução acompanha uma tendência no mercado de descentralizar a produção. "O uso da tecnologia está mudando a maneira das confecções contemporâneas, especialmente as mais individualizadas", afirmou.

O jornalista viajou a convite da Microsoft

 

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