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04/10/2015 - 01h32

Donos de lojas nos EUA reclamam de ultimato para aceitarem cartão com chip

STACY COWLEY
DO "NEW YORK TIMES"

Lee Padgett, proprietária da Busted, uma loja de lingerie em Detroit, nos EUA, passou as últimas semanas brigando com três sistemas diferentes de software para pagamentos e um monte de novos equipamentos.
Ela queria que seu estabelecimento estivesse entre os primeiros da área a substituir a tecnologia habitual de leitores de cartão de crédito e débito por um sistema que reconheça chip.

A mobilização de Padgett é resultado do ultimato dado por Visa, MasterCard, American Express e outras grandes redes de cartões para a adoção da tecnologia de pagamentos mais segura, já onipresente no Brasil, na Europa e Canadá, mas ainda rara nos Estados Unidos.

Desde a última quinta-feira (1º), os varejistas que não têm leitores de chips EMV -os pequenos retângulos metálicos dos cartões- devem arcar com os custos por certas fraudes.

Os postos de gasolina têm dois anos adicionais de prazo para mudar os leitores em suas bombas de combustível.

EMV é a sigla para EuroPay, MasterCard e Visa, as companhias que criaram esse padrão nos anos 90.

Esses cartões são considerados mais seguros que os de tarja magnética porque o chip cria um código único, validado pelo banco emissor, para cada transação, o que torna mais difícil copiá-los.

Mas para utilizá-los é necessário um aparelho que custa em geral entre US$ 100 (R$ 400) e US$ 600 (R$ 2,4 mil) por terminal. Exige ainda atualizações de software e outras adições que podem elevar a conta a milhares de dólares, mesmo para uma loja pequena.

QUEM PAGA A CONTA?

A nova tecnologia representa uma mudança significativa ante o sistema atual, no qual as operadoras de cartões absorvem a maioria dos prejuízos por transações realizadas com cartões falsos.

Bancos e comerciantes sofreram prejuízo mundial estimado em US$ 16,3 bilhões no ano passado por conta de transações fraudulentas.

Os EUA responde por quase metade desse valor, a despeito de gerar apenas 21% do volume mundial de transações, segundo a Nilson Report, empresa que pesquisa este setor.

Há quatro anos, as grandes operadoras decidiram estabelecer outubro de 2015 como um ultimato para a mudança. Mas a poucos dias do prazo, apenas 27% dos comerciantes americanos estavam aptos a processar cartões EMV, de acordo com uma pesquisa conduzida pela consultoria Strawhecker Group.

Entre os pequenos comerciantes, a proporção de empresas preparadas é ainda menor. Bancos e grupos setoriais estimam que somente 20% deles têm sistemas operacionais para o EMV.

Além do alto custo de instalação, os funcionários e clientes precisam ser preparados para usar a tecnologia, ainda desconhecida no país.

Tom England, um dos donos da Dancing Bear, uma loja de brinquedos em Frederick, Maryland, adotou a nova tecnologia alguns meses atrás. Ele estima que a leitura de um chip demora de cinco a dez segundos mais do que a da tarja magnética.

"E essa demora vai se acumulando quando há fregueses esperando na fila."

Para os comerciantes, contudo, a escolha é entre gastar dinheiro com a atualização e cobrir o prejuízo caso um consumidor faça compras com um cartão roubado.

Não é uma decisão simples. Enquanto certas categorias de varejo são propensas a fraudes -joias e eletrônicos são duas delas-, outras raramente as enfrentam.

Padgett não recorda qualquer trapaça com cartão de crédito nos dois anos de funcionamento de sua loja.

Mas ela prefere evitar riscos e comprou uma segunda leitora compatível com cartões de chip para seu sistema de backup.

Alguns dos que optaram por realizar a atualização não estão entusiasmados. "Acho que é ridículo que o comerciante seja considerado responsável pelo prejuízo", disse Bianca Piccillo, da Mermaid's Garden, loja de frutos do mar em Nova York. Ainda assim, ela comprou um leitor de cartões atualizado.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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