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27/12/2015 - 01h02

Empresa desenvolve máquina que escreve cartas 'manuscritas'

EILENE ZIMMERMAN
DO "NEW YORK TIMES"

Os aplicativos tornaram a comunicação mais fácil e também mais efêmera. E-mails são disparados aos milhares, mensagens de texto são abreviadas ao ponto do incompreensível e fotos duram alguns minutos de curtidas nas redes sociais.

Essa velocidade incomodava o empreendedor Sonny Caberwal, que decidiu investir em um negócio que parecia ultrapassado: cartas e mensagens escritas à mão.

Chang W. Lee/The New York Times
Sonny Caberwal, chief executive of Bond, with a writing machine the company designed to produce personalized notes behind him, in New York, Dec. 14, 2015. The start-up uses robots to create personalized, handwritten notes and letters for people who want to send something special but don't have the time. (Chang W. Lee/The New York Times) - XNYT21
Sonny Caberwal, CEO da Bond, empresa que desenvolveu uma máquina que escreves cartas manuscritas

Como ninguém parece mais disposto a perder tempo procurando papel, caneta, o endereço do destinatário, um envelope e um selo, o empresário criou uma máquina capaz de produzir bilhetes com letra de mão, personalizados para cada cliente.

Com braços robóticos capazes de operar uma caneta ou pincel, o aparelho move o papel por eletricidade estática -o que evita rugas ou marcas. A Bond também lacra cada envelope com cera, cuida do selo e o envia pelo correio.

É possível escolher entre diversos estilos de letra já prontos ou enviar cópias de sua caligrafia e digitalizá-la por US$ 500 (R$ 1.991).

A assinatura original do cliente é encaminhada à Bond via smartphone.

Os clientes também enviam para o banco de dados da empresa os endereços dos destinatários.

Há ainda uma versão premium, o Bond Black, um aplicativo personalizado para que os clientes enviem bilhetes com sua letra e em papel de carta personalizado. Custa US$ 1.200 (R$ 4.779).

Segundo Carlos Llansó, presidente da Associação de Cartões de Festa, as redes sociais e aplicativos ajudam a identificar momentos dignos de uma mensagem de papel. "Não se pode guardar na gaveta uma mensagem de aniversário no Facebook."

Sinal disso é que, somente nos EUA, 6,5 bilhões de cartões são vendidos ao ano, movimentando cerca de US$ 7 bilhões (R$ 27,9 bi).

Caberwal descreve sua empresa, sediada em Nova York (EUA), como "o oposto do Snapchat", em que fotos são deletadas segundos após serem vistas.

A Bond foi criada em 2013, tem 50 funcionários e investidores do porte de Gary Cohn, presidente do banco de investimento Goldman Sachs.

A Finch15, que ajuda companhias a desenvolver novos produtos e serviços, usa os cartões da Bond quando começa uma parceria de negócio ou ganha um cliente.

Saneel Radia, fundador da empresa, diz que as pessoas o agradecem pelos bilhetes recebidos. Para ele, embora os cartões criados pela Bond não sejam verdadeiramente manuscritos, ainda assim são melhores que um e-mail ou um bilhete de agradecimento produzido em massa.

"Você está dando a alguém uma coisa que requereu mais tempo e trabalho do que uma simples mensagem de texto. É um gesto de consideração, mostra meus sentimentos. E vem em um envelope lacrado com cera, o que certamente ajuda", afirma.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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