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07/02/2016 - 01h00

Empresas criam blocos corporativos para substituir festa da firma no Carnaval

DHIEGO MAIA
DE SÃO PAULO

No rastro de blocos que levam às ruas todo tipo de foliões, as empresas criaram suas versões corporativas -e "gourmetizadas"- do evento.

Champanhe, drinks, presença de artistas e até serviço de segurança e limpeza de rua são alguns dos elementos comuns aos blocos.

Foi o caso do "Vem Ni Mim Que Eu Tô Com Tudo", da Agência Tudo, de marketing e propaganda.

O grupo desfilou no último dia 29, nos Jardins, em São Paulo. Segundo a organização, atraiu 800 foliões.

"É a nova festa da firma. Aproveitamos o clima descontraído para reunir todos os funcionários e engajá-los na essência da empresa", diz Cleber Paradela, um dos sócios da agência.

Ninguém tentou pedir aumento em meio às marchinhas, mas, segundo Paradela, teve ex-colaborador que decidiu voltou a trabalhar na empresa após o Carnaval.

A grife de roupas femininas Farm, do Rio, foi outra que usou a festa para engajar os funcionários e aproximar a companhia do bairro onde está sediada, São Cristóvão.

A edição deste ano do bloco "Meu Glorioso São Cristóvão" atraiu 3.000 pessoas, conta Danielle Vargas, analista de projetos culturais e idealizadora do evento.

"Seis meses antes do Carnaval, a empresa patrocina oficinas de percussão. Cerca de 80% de nossa bateria é composta por mulheres que já aprenderam a batucar de samba a funk", diz Vargas.

Já no Recife, um bloco corporativo virou tradição. O "Segura a Seringa", do Real Hospital Português, foi criado por seus funcionários há 22 anos e agora faz parte do calendário oficial da cidade.

"Tivemos Ivete Sangalo e Timbalada animando o nosso bloco neste ano", diz o vice-provedor da entidade, Alberto Ferreira Costa Junior.

Segundo ele, a festa reuniu 15 mil pessoas. "Aproveitei para conhecer muito funcionário novo", afirma.

O hospital aproveita o crescimento da festa para vender abadás. Costa Junior diz que cerca de R$ 50 mil arrecadados serão doados para um ambulatório filantrópico.

ETIQUETA

Mas como curtir a folia sem causar má impressão com o chefe? Moderação é a chave, segundo Marcelo Beltrame, especialista em recrutamento e seleção da Michael Page.

"Se a intenção é exagerar, dê uma passada no bloco da empresa, divirta-se moderadamente e siga para o 'after' em outro bloco."

Beltrame lembra que, como em todo evento corporativo, o comportamento do funcionário sempre é avaliado.

Assim, valem regras básicas: evitar trajes exagerados e assuntos polêmicos sobre o dia a dia da empresa e não expor os colegas flagrados em situações comprometedoras nas redes sociais.

Para Larissa Meiglin, assessora de carreiras da Catho, esse tipo de ambiente também não é adequado para demandas profissionais.

"Só pede aumento quem tem dados que respaldem essa colocação. É melhor estar sóbrio para fazer isso."

Paradela, do bloco "Vem Ni Mim Que Eu Tô Com Tudo", diz que a folia só ocorre às sextas-feiras por um motivo: "É para causar uma amnésia empresarial e ninguém se lembrar na segunda-feira da gafe que cometeu."

 

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