Confira cinco tendências de consumo que devem guiar os negócios neste ano
LUCIANA STEIN
ESPECIAL PARA A ENDEAVOR
Tantas listas de "para 2016". Tão pouco tempo para ler todas. Nós te entendemos! Foi por isso que preparamos essa lista de tendências de consumo que vão fazer sua cabeça e seu negócio.
Reprodução/Endeavor | ||
Veja as cinco tendências de consumo que vão bombar em 2016 |
1. TESTE DE STATUS: SÓ OS MELHORES PASSARÃO
Considere a busca incansável por status e você estará no caminho certo para entender os comportamentos dos consumidores. Porque, em sociedades de consumo, status é o motivador número 1, guiando muito do que as pessoas fazem (elas sabendo disso ou não). Então, qual o próximo passo para o status?
Consumidores experientes têm se tornado cada vez mais confortáveis com a ideia de uma marca líder que honra os interesses do comprador. E um teste de status faz exatamente isso, ao dar aos consumidores a chance de provar habilidades, criatividade, bom gosto e, ainda mais, de integrar uma comunidade de pessoas que fazem o mesmo que eles.
Pronto para lançar seu próprio teste de status? Veja como essas marcas fizeram isso:
Lee Jeans
Em outubro de 2015, a Lee Jeans lançou uma campanha por 32 cidades na China para promover uma série de jeans que retém calor. Os compradores foram encorajados a saírem (mesmo no frio) e explorarem as suas cidades, enquanto mediam seus movimentos com um aplicativo de medição de calor, o WeChat.
Pontos de índice de calor eram acumulados quando os usuários escaneavam QR codes em diversas localizações da cidade. Ao coletar os pontos, os jogadores podiam ganhar produtos e acesso a eventos exclusivos.
Bar 1930
O icônico bar de Milão 1930 é tipicamente aberto apenas para algumas pessoas que sabem a quem pedir. Em maio de 2015, o bar se juntou ao Tinder para recriar sua dura política de entrada, com a ajuda do mundo digital.
O bar criou um perfil no aplicativo de paquera como se fosse uma garota dos anos 30, pedindo a potenciais convidados para que "a cortejassem como nos velhos tempos". O perfil teve 4.000 "matches" na primeira semana, com candidatos sendo convidados a "agirem como cavalheiros". O bar, ao final da campanha, deixou um ganhador entrar em suas instalações.
Netflix
Quanto mais rigoroso o teste, maior o status. Em setembro de 2015, a Netflix lançou "The Switch", um botão que automaticamente liga a TV, abre o programa, silencia os telefones e diminui as luzes.
A marca lançou um passo a passo on-line mostrando como se fazia o botão e também uma lista com o que seria preciso, além de também encorajar os usuários a compartilharem seus produtos e ideias on-line.
Se você se interessou, listamos alguns cuidados antes de lançar seu próprio teste:
1) Não tenha medo. Sim, pedir aos consumidores que provem a si mesmo para você é contra intuitivo, mas quanto mais rígido o teste, maior o sucesso e status.
2) Pense além das tradicionais credenciais. Quem seus consumidores aspiram ser? Como você pode promover um teste de status que faça com que eles provem algo significativo?
3) Uma vez que seu teste de status foi definido, aqueles que passarem irão integrar uma comunidade pronta, de auto status e que pensa igual ou tem habilidades parecidas. Incentive isso!
2. ONIPRESENÇA CONTEXTUAL: ESQUEÇA A ONIPRESENÇA DE CANAIS
Em 2016, você pode ser perdoado por pensar que a sua marca deve estar em todos os lugares de uma única vez. Afinal, as expectativas em relação aos direitos dos consumidores agora desafiam as leis da física. Perca algum momento em que seu comprador precisa de você e talvez você não tenha outra chance.
Essa é a razão pela qual você, provavelmente, já teve muitos "brainstorms" em relação a sua estratégia de onipresença, debatendo: como nós utilizaremos (insira aqui o mais novo vídeo que está bombando nas plataformas sociais) na minha ação?"
Enquanto isso, as marcas que são inteligentes, e agora você, irão focar em responder uma equação mais significativa: inovar os canais + nuance de contextos = lugar certo + tempo certo
Observe exemplos de abordagem que foram super inovadoras:
Telefónica
Novos contextos significam novas oportunidades. Por exemplo, saber a localização das pessoas destravou e transformou o comércio mobile. Agora, mesmo os mais novos e sofisticados contextos estão apenas a um passo de distância.
Em setembro de 2015, a Telefónica Research, com base em Barcelona, na Espanha, publicou um relatório mostrando que pesquisas, baseadas na atividade dos usuários em seus mobiles, são capazes de dizer se a pessoa está entediada, com um índice de acerto de 83%.
Quando isso acontecia, os participantes recebiam notificações recomendando conteúdos do Buzzfeed. Aqueles usuários que tinham sido identificados como "entediados" estavam mais propensos a ler o conteúdo sugerido (sem surpresa!)
Domino's
Quando você considera uma estratégia de onipresença, você pode aprender muito com a inciativa Pizza AnyWarem, do Domino's.
As pizzarias têm expandido, continuamente, a variedade de formas que os impacientes e famintos amantes de pizza fazem seus pedidos. Clientes podem fazer seus pedidos pelo voice, usando um aplicativo parecido com a Siri do iPhone, tuitando ou até mesmo mandando o emoji da pizza. Depois de pedir, eles ainda podem rastrear o tempo de chegada de sua pizza pelo aplicativo smartwatch, da Domino's.
Então, na próxima vez que pensar em sua estratégia de onipresença, comece perguntando por que os clientes podem aprovar você usando algum canal. Será que os canais existentes realmente satisfazem as vontades e necessidades dos seus clientes? Você poderia criar algum novo? Por fim, imagine contextos completamente novos que você pode influenciar (talvez até mesmo aqueles que os seus clientes ainda nem sabem que existem!)
Junte tudo isso e você tem a onipresença contextual: estar no lugar certo, na hora certa.
3. OPERAÇÃO DE INICIADOS: CULTURA INTERNA, A SUA PRÓXIMA INICIATIVA DE MARKETING?
A inesgotável discussão sobre um consumo que seja mais sustentável e ético continua. Mas, mesmo assim, os consumidores foram deixados (de novo!) pedindo por mais em 2015. Das emissões da Volkswagen para a corrupção na Fifa; do trabalho escravo da Nestlé, na Tailândia, até as carnes contaminadas da Yum, na China. Em meio a tudo isso, é difícil para as empresas saberem para onde correr.
Uma sugestão para 2016: Vire para dentro! Comece assegurando que sua cultura interna seja algo para se orgulhar ao invés de esconder.
Por que agora? Os consumidores já estão há tempos se preocupando em comprar produtos que não tenham sido produzidos por trabalhadores vulneráveis, em países subdesenvolvidos. Agora, com o aumento da desigualdade e da insegurança no trabalho, até em países ricos, essa empatia se expande para outros funcionários também.
Então, inspire-se nos exemplos abaixo e em fazer com que seus clientes possam se orgulhar de apoiar a sua marca, assim como você apoia quem trabalha para você.
GrabTaxi
Enquanto o Uber continua a desencadear preocupações sociais e encarar desafios legais, em relação ao seu modo de tratamento com seus funcionários, o GrabTaxi (um aplicativo de reserva de táxi que opera por todo o sudoeste asiático) expandiu o seu programa de bem-estar do trabalhador, o GrabLife, para a Tailândia, em maio de 2015, após lançar um projeto semelhante no Cingapura.
A iniciativa prevê o depósito de 14% da taxa de viagem que a empresa recebe no fundo que é destinado aos motoristas que estão na GrabLife. Aqueles que preencherem os critérios de qualidade e lealdade são elegíveis para o seguro de vida, proteção de renda e suporte para crises. Além disso, benefícios futuros incluem aulas de inglês e bolsas de estudos.
Rei
Em outubro de 2015, Rei anunciou que todas as suas 143 lojas estariam fechadas durante a Black Friday, para que sua equipe e compradores pudessem aproveitar o dia fora. A marca também convidou seus funcionários e clientes a compartilharem fotos de seu tempo livre utilizando a hashtag #OptOutside, nas mídias sociais.
Flipkart
Em julho de 2015, a Flipkart revelou uma política que dava aos seus funcionários um subsídio de US$ 50 mil para adoção de crianças. Os empregados da Indian Online Retailer, frequentemente chamados de indianos da Amazon, podem usar a taxa para qualquer despesa durante o processo de adoção, como os custos legais ou de agências. De acordo com as diretrizes do governo, o custo total do processo de adoção é de US$ 46 mil.
Intel
Durante o show de consumidores eletrônicos de 2015, o CEO da Intel, Brian Krzanich, anunciou planos para aumentar, significativamente, a diversidade no time da Intel. Citando a falta de diversidade dentro da indústria de tecnologia, Krzanich disse que queria que a Intel fosse um exemplo a ser seguido e assegurou que, até 2020, sua equipe atingiria uma boa representação de mulheres e minorias.
Fazer perguntas difíceis sobre a sua cultura interna não é fácil. Para aqueles que precisam de uma ajudinha para saber qual pergunta fazer, comece pensando nos pontos que devem ser melhorados na sua empresa.
Independente de qual for a pergunta, os clientes sempre vão esperar que a resposta não seja da boca para fora: note que todas as empresas nos exemplos fizeram mudanças reais para poder manter suas iniciativas.
Quais aspectos da sua cultura interna você colocaria em um outdoor?
4. INTELIGÊNCIA BENÉFICA: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É SOBRE DESTRUIR O MUNDO FAZER A VIDA SER MARAVILHOSA
Todas as tendências tecnológicas pelas quais você é obcecado são ok, mas será que você consegue utiliza-las para entregar algo que as pessoas realmente desejam?
Em 2016, um número crescente de consumidores irá exigir que as marcas usem tecnologias de inteligência artificial para criar produtos e serviços que caibam dentro de seus bolsos, casas, inbox e mais!
Veja alguns casos de empresas que souberam usar bem a tecnologia.
Stockholmståg
Em setembro de 2015, Stockholmståg, um operador de trem suíço, anunciou que ele tinha desenvolvido um algorítimo que utiliza dados para antecipar os atrasos de trem com duas horas de antecedência.
Anunciado em novembro de 2015, o Smart Reply é uma máquina, com programas do Google, capaz de ler e analisar seus e-mails pessoais, sugerindo até três tipos de respostas diferentes para o conteúdo.
Os usuários têm apenas que escolher qual a sua opção preferida e pressionar enter. Com o tempo, o programa aprende os hábitos de resposta do usuário e melhora suas sugestões de respostas para que elas pareçam mais naturais.
Esse é o real segredo de como aplicar essa tendência: você não precisa de inteligência artificial, essa movimentação de mercado é sobre atingir as expectativas que serão criadas em seus clientes, durante 2016.
Pergunte a si mesmo: o que meus clientes estão tentando realizar? Como eu posso utilizar os truques digitais para achar uma solução para eles?
5. MUDANÇAS DE PERSPECTIVA: MESMO PREÇO, NOVA PERSPECTIVA.
Em 2016, a arena dos consumidores é um hall de espelhos que proporciona uma imagem fragmentada e tortuosa dos valores humanos. Mas, em uma sala de espelhos, a percepção pode ser transformada.
De qual forma? Reposicione seu produto ou serviço para oferecer novas perspectivas que choquem seus clientes, em uma apreciação totalmente nova, sobre os valores que o produto oferece.
Veja como essas empresas o fizeram.
Stockpile
A start-up americana Stockpile produz cartões presente que nos fazem rever a forma de presentear alguém. A empresa produz cartões que podem ser comprados pelos preços de US$ 1 até US$ 1 mil, os quais podem ser trocados por ações ou frações de empresas de capital aberto.
Os cartões podem ser adquiridos em lojas de varejo com a Lowe e a Kmart. Em outubro de 2015, a Stockpile recebeu US$ 15 milhões em rodadas de financiamento.
Dutch AIDS Foundation
Em julho de 2015, a Fundação alemã contra Aids montou uma campanha que encorajava os seus consumidores a reexaminarem suas próprias fortunas e considerarem o bem que o seu dinheiro poderia fazer para os menos afortunados.
A fundação abriu uma loja pop-up em Amsterdã vendendo "remédios" para os problemas dos países de primeiro mundo como: espirrar como uma fada, habilidade de ver unicórnios, etc.
Todos os medicamentos eram 100% livre de drogas e custam 4,95 euros.
Todo o dinheiro das vendas foi revertido para a fundação, sendo utilizado para compra de medicamentos contra o HIV para os necessitados.
Como você pode transformar seus produtos ou serviços em algo que oferece aos seus clientes uma mudança de perspectiva? Uma pergunta para começar: se você tivesse que pegar um produto que fosse o oposto do seu em questão de valores, o que seria?
Leia, pense, questione e então comece!
Este artigo foi publicado originalmente no site da Endeavor. Leia aqui
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