Da casa da mãe, empreendedor expande negócio para seis países
ADRIANA FONSECA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cristiano Soares, 32, trabalha hoje em um escritório de frente para um dos parques mais bonitos de São Paulo, o Villa-Lobos, na zona oeste da capital. É de lá que ele coordena a equipe de 30 pessoas da Vaniday, start-up com atuação em seis países e que conecta mais de 30 mil pessoas a salões de beleza por meio de um aplicativo.
Só que no começo do negócio, há dois anos, em Belo Horizonte, o espaço de trabalho de Soares era bem diferente.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
O presidente-executivo da Vaniday, Cristiano Soares, 32, em seu escritório em São Paulo |
Em abril de 2014, depois de participar do Startup Weekend na capital mineira –evento que reúne em um fim de semana pessoas com uma ideia de negócio a ser aperfeiçoada em 54 horas–, Soares voltou para casa com o título de segundo melhor projeto da competição, uma ideia mais consolidada e o layout para a primeira versão do aplicativo.
O próximo passo foi correr atrás de alguém que bancasse o desenvolvimento da plataforma, na época batizada de Buky. "Consegui, na minha rede de relacionamento profissional, um investidor-anjo que topou investir R$ 110 mil no negócio", diz Soares.
Com o dinheiro prometido, ele pediu demissão do antigo emprego, viu sua renda cair para R$ 1.500 mensais e contratou dois desenvolvedores para tirar o aplicativo do papel.
Com a miniequipe montada, ele correu para seu antigo quarto na casa da mãe e ali montou o começo do negócio. Enquanto os desenvolvedores executavam o projeto do app, Soares focava nas parcerias e no planejamento do marketing digital que seria feito no lançamento.
Três meses depois o Buky foi lançado e teve 3.000 downloads na primeira semana no ar. "Foi um susto. Esperávamos cerca de 300", diz Soares.
Diante disso, o empreendedor suspendeu a divulgação do aplicativo e passou a se concentrar na experiência dos usuários com a plataforma. "Foram dois meses ligando para as pessoas, perguntando o que elas estavam achando da ferramenta e melhorando as funcionalidades."
Em dezembro de 2014, a nova versão do Buky, já com as melhorias, alcançou 10 mil downloads. Na época, a divulgação era feita com cerca de R$ 50 por dia no Facebook.
INVESTIMENTO
No começo de 2015, Soares ficou sabendo que o fundo de investimento alemão Rocket Internet, acionista de start-ups como Dafiti, Westwing e Easy Taxi, estava disposto a investir no mercado de beleza. "O dinheiro que havíamos recebido do investidor-anjo estava acabando e essa era uma boa oportunidade de apresentar o Buky para a Rocket", lembra.
Só que Soares não conhecia ninguém que trabalhasse no fundo alemão. Então, entrou no LinkedIn, encontrou um dos executivos da Rocket e mandou uma mensagem. "Expliquei o que era o meu negócio e pedi uma reunião", diz. A iniciativa ousada, como o próprio empreendedor diz, deu certo.
Em meia hora a reunião com a Rocket estava agendada para o dia seguinte, em São Paulo. "À noite, peguei um ônibus em Belo Horizonte, me troquei de manhã na rodoviária e fui para a reunião."
O negócio foi acertado ali. A única exigência de Soares era que os desenvolvedores que já trabalhavam com ele fossem absorvidos pela equipe de tecnologia do fundo alemão.
Com o acordo, fechado em fevereiro do ano passado, a Rocket comprou o banco de dados e o aplicativo desenvolvido por Soares e sua equipe. O empreendedor foi contratado como CEO para tocar as operações do negócio no Brasil, agora sob o nome de Vaniday.
A noca versão do aplicativo foi lançada em março e permite agendar manicure, cabeleireiro, depilação, massagem e maquiagem. Em julho, recebeu investimento de 15 milhões de euros.
"A principal diferença do trabalho hoje é que há muito mais dinheiro envolvido e muito mais pressão por resultado", diz Soares, que desde então mora em São Paulo com a família. "Por outro lado, tenho acesso a informações de outras start-ups do grupo que me ajudam nas tomadas de decisões referentes à Vaniday."
No Brasil, a Vaniday opera em São Paulo e no Rio de Janeiro. São 2.700 salões de beleza cadastrados no app, sendo quase 80% na capital paulista.
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