Empresarios criam plataformas para vendas e trocas de milhas
GUILHERME CELESTINO
DE SÃO PAULO
O engenheiro Max Oliveira, 30, foi morar em Vitória (ES) por conta do trabalho na Vale. Ele viajava muito para visitar parentes e amigos em Coronel Fabriciano (MG), sua cidade natal.
Acostumado a usar milhas para adquirir as passagens, viu na prática uma oportunidade de negócio: criar um site onde as pessoas pudessem vender e comprar milhas.
"Muitos têm dificuldades de usar as milhas que acumulam, e elas acabam expirando", afirma Oliveira. "Do outro lado, há uma grande demanda por alternativas para pagar menos pela passagem."
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Empresários Fernando Aquino (esq.) e Marco Gomes, na Movamais, em SP |
No site da MaxMilhas, lançado em 2013, o usuário informa o local de origem e de destino, a data da viagem e quantas passagens deseja.
A plataforma informa os voos e companhias disponíveis e o valor para comprar as milhas necessárias para cobrir o trecho.
O vendedor estipula em seu cadastro o valor que quer receber por cada lote de mil milhas.
A empresa, por sua vez, fica com cerca de 15% do valor da passagem, além de uma taxa de serviço.
Atualmente, a MaxMilhas negocia cerca de 11 mil passagens por mês, o equivalente a R$ 5 milhões.
A receita da empresa é de cerca de R$ 1 milhão por mês.
"Nosso objetivo é triplicar de tamanho neste ano e expandir nosso modelo de negócios para América Latina e EUA", diz Oliveira.
O empresário Fernando Aquino, 34, também investiu em troca de pontos como estratégia de negócio.
Ele é cofundador e diretor da Movamais, plataforma criada em 2015 na qual clientes fazem atividade física e ganham pontos, mais tarde trocados no sistema da empresa Multiplus.
Para isso, o usuário pratica caminhada, corrida, ciclismo ou atividade em cadeira de rodas conectado a um dos aplicativos parceiros -Strava, Runkeeper e MapMyRun.
Quanto mais frequente o exercício, mais pontos são acumulados por sessão.
A plataforma fatura com a venda de espaço de anúncios para a sua rede de usuários, que conta atualmente com cerca de 200 mil pessoas.
"O usuário não paga nada. Quem paga é a marca, que terá acesso a essa base de dados", afirma Aquino.
Para Rodrigo Amantea, coordenador da Educação Executiva do Insper, ao queimar etapas no comércio de milhas, a empresa oferece conveniência a vendedor e comprador.
Mas como só vende passagens aéreas, a empresa pode ter dificuldade em manter ritmo de crescimento.
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