Empresário cria rede de clínicas de hipnose e fatura R$ 2,5 mi
FERNANDO SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sentado em um de seus consultórios na Vila Hamburguesa, na zona oeste de São Paulo, Alessandro Baitello, 41, tenta definir a hipnose. "Não tem nada a ver com controle da mente, e sim com o acesso ao inconsciente."
A técnica, segundo o empresário paulista, ajuda a tratar distúrbios como depressão e ejaculação precoce.
Ela é aplicada nos cinco consultórios, quatro próprios e um franqueado, da Clínica da Hipnose, fundada por Baitello após fazer, "por curiosidade", três aulas sobre a técnica, em 1999.
Diego Padgurschi/Folhapress | ||
Alessandro Baitello é dono de uma franquia de clinicas de hipnose |
Então palestrante motivacional, ele decidiu se dedicar à prática. Fez doutorado na Espanha e, um ano e meio depois do primeiro curso, passou a praticar hipnose em Curitiba, onde morava.
Em 2013, investiu R$ 120 mil para criar sua primeira clínica, em um espaço de 300 metros quadrados na cidade.
No ano seguinte, se uniu ao executivo Nélio Ruiz, 37, para lançar uma rede e levou os negócios a São Paulo.
O tratamento é oferecido em pacote de cinco sessões. Na primeira, o paciente responde cerca de 40 perguntas. A partir do segundo, passa a entrar em transe.
"Este é o mais tradicional, no qual se fecha os olhos e há um relaxamento. A pessoa não tem de dormir", afirma.
Há também sessões on-line, via Skype.
Quem desiste do tratamento antes das cinco sessões, precisa pagar uma multa de 20% do valor total, que varia de R$ 1.850 a R$ 2.000.
CLIENTELA
No começo, lembra Baitello, um cliente o procurou para ficar rico. "Ele falou 'quero que me coloque em transe e me dê os números da Mega-Sena'. E não estava brincando." Hoje, diz, a técnica é mais compreendida.
Uma das pacientes mais recentes, a administradora Kelly Marques, 34, viu na hipnose uma forma de emagrecer.
Receosa no início, ela afirma ter perdido seis quilos (de 70 kg para 64 kg). "Descobri que era a ansiedade que me fazia querer comer doce."
Atualmente, as cinco clínicas atendem, em média, 225 clientes por mês. Em 2015, a rede faturou R$ 2,5 milhões.
Até o próximo mês, serão abertas duas unidades próprias, em Ribeirão Preto e em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e outras duas franquias em São Bernardo do Campo (SP) e no Rio.
O plano é chegar a 328 novas clínicas em oito anos.
Para expandir os negócios, Baitello abriu ainda a Escola da Hipnose, em 2014, em que forma profissionais da área.
AUXILIAR
Reconhecida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) desde 1999, a técnica de hipnose pode ser utilizada, por exemplo, para substituir anestesias, lidar com fobias e no alívio de dores.
"É um método auxiliar, mas não algo que vá tratar o transtorno como um todo", diz Mauro Aranha, 57, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
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