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24/04/2016 - 02h00

Aplicativos querem ser o 'uber' das crianças

EILENE ZIMMERMAN
DO "NEW YORK TIMES"

Combinar trabalho, escola e atividades extracurriculares é um problema bem conhecido para pais como Kelly Aluise, de Los Angeles.

Emma, 12, a filha de Aluise, se matriculou para cursos de surfe e natação depois do horário escolar. Para complicar as coisas, a agenda de Aluise, corretora de imóveis na imobiliária Keller Williams, é imprevisível.

"Eu não sabia como eu conseguiria levar Emma para todos os lugares a que ela precisava ir e ainda assim continuar fazendo meu trabalho", afirma.

Emily Berl/The New York Times
Emma Aluise, 12, chega em casa, em LA, após usar a HopSkipDrive
Emma Aluise, 12, chega em casa, em LA, após usar a HopSkipDrive

Foi quando o diretor da escola de sua filha recomendou a HopSkipDrive, que oferece serviços de carros para o transporte de crianças.

A empresa foi criada justamente por mães que trabalham em período integral. Ela atende passageiros em Los Angeles e no Condado de Orange, nos EUA.

A companhia obteve US$ 14,1 milhões em capital, e afirma que sua receita vem crescendo em 30% ao mês.

Antes dela veio a Shuddle, fundada em 2014, que já conseguiu arrecadar US$ 12 milhões em capital.

Essas empresas iniciantes disputam um nicho específico do mercado o qual o Uber e o Lyft não atendem. As normas desses dois serviços não permitem que os motoristas transportem menores de idade desacompanhados.

GARANTIAS

Para ajudar a acalmar os pais preocupados, tanto a HopSkipDrive quanto a Shuddle oferecem garantias como identificação dos motoristas por impressões digitais e extensas entrevistas, além de software que registra a velocidade e avalia a conduta de quem está ao volante.

Quase todos os motoristas desses serviços são mulheres e a maioria é composta por professoras, babás, funcionárias de creches e mães.

A maior parte das empresas oferece cobertura de seguro superior aos requisitos estaduais obrigatórios e cobre indenizações relacionadas à conduta do motorista ou babá envolvidos.

À medida que pais experimentam esse tipo de serviço, passam a se sentir mais confortáveis com a ideia de permitir que um desconhecido transporte seus filhos.

Aluise, por exemplo, recebe uma foto do carro e do motorista antes da chegada deles. Ela as imprime e coloca dentro da lancheira da filha.

O motorista usa uma camisa da HopSkipDrive e menciona a Emma uma senha que confirma a sua identidade.

Aluise recebe mensagens de texto quando a filha entra no carro e quando chega ao seu destino.

No ano passado, Aluise pagava US$ 150 por semana para que sua babá apanhasse Emma na escola. Hoje, paga entre US$ 45 e US$ 50 no mesmo período para as caronas via aplicativo.

"E eu não sabia coisa alguma sobre o carro da babá. Aliás, vivia apavorada por conta disso", afirma.

Para esse nicho específico, a recomendação no boca a boca é crucial.

"As redes de contatos entre mães são muito importantes para nós", diz Joanna McFarland, cofundadora e presidente da HopSkipDrive.

"A relação é simples. Se você resolve os problemas dos pais e facilita a vida deles, eles vão falar bem de você a outros pais."

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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