Aplicativos querem ser o 'uber' das crianças
EILENE ZIMMERMAN
DO "NEW YORK TIMES"
Combinar trabalho, escola e atividades extracurriculares é um problema bem conhecido para pais como Kelly Aluise, de Los Angeles.
Emma, 12, a filha de Aluise, se matriculou para cursos de surfe e natação depois do horário escolar. Para complicar as coisas, a agenda de Aluise, corretora de imóveis na imobiliária Keller Williams, é imprevisível.
"Eu não sabia como eu conseguiria levar Emma para todos os lugares a que ela precisava ir e ainda assim continuar fazendo meu trabalho", afirma.
Emily Berl/The New York Times | ||
Emma Aluise, 12, chega em casa, em LA, após usar a HopSkipDrive |
Foi quando o diretor da escola de sua filha recomendou a HopSkipDrive, que oferece serviços de carros para o transporte de crianças.
A empresa foi criada justamente por mães que trabalham em período integral. Ela atende passageiros em Los Angeles e no Condado de Orange, nos EUA.
A companhia obteve US$ 14,1 milhões em capital, e afirma que sua receita vem crescendo em 30% ao mês.
Antes dela veio a Shuddle, fundada em 2014, que já conseguiu arrecadar US$ 12 milhões em capital.
Essas empresas iniciantes disputam um nicho específico do mercado o qual o Uber e o Lyft não atendem. As normas desses dois serviços não permitem que os motoristas transportem menores de idade desacompanhados.
GARANTIAS
Para ajudar a acalmar os pais preocupados, tanto a HopSkipDrive quanto a Shuddle oferecem garantias como identificação dos motoristas por impressões digitais e extensas entrevistas, além de software que registra a velocidade e avalia a conduta de quem está ao volante.
Quase todos os motoristas desses serviços são mulheres e a maioria é composta por professoras, babás, funcionárias de creches e mães.
A maior parte das empresas oferece cobertura de seguro superior aos requisitos estaduais obrigatórios e cobre indenizações relacionadas à conduta do motorista ou babá envolvidos.
À medida que pais experimentam esse tipo de serviço, passam a se sentir mais confortáveis com a ideia de permitir que um desconhecido transporte seus filhos.
Aluise, por exemplo, recebe uma foto do carro e do motorista antes da chegada deles. Ela as imprime e coloca dentro da lancheira da filha.
O motorista usa uma camisa da HopSkipDrive e menciona a Emma uma senha que confirma a sua identidade.
Aluise recebe mensagens de texto quando a filha entra no carro e quando chega ao seu destino.
No ano passado, Aluise pagava US$ 150 por semana para que sua babá apanhasse Emma na escola. Hoje, paga entre US$ 45 e US$ 50 no mesmo período para as caronas via aplicativo.
"E eu não sabia coisa alguma sobre o carro da babá. Aliás, vivia apavorada por conta disso", afirma.
Para esse nicho específico, a recomendação no boca a boca é crucial.
"As redes de contatos entre mães são muito importantes para nós", diz Joanna McFarland, cofundadora e presidente da HopSkipDrive.
"A relação é simples. Se você resolve os problemas dos pais e facilita a vida deles, eles vão falar bem de você a outros pais."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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