Publicidade
08/05/2016 - 01h00

Times-franquias ajudam futebol a ser negócio rentável, diz autor

DIEGO IWATA LIMA
DE SÃO PAULO

Aos poucos, o conceito de clube-empresa começa a se tornar comum para o público brasileiro.

O crescente sucesso de projetos como o do Grêmio Osasco Audax, finalista do Campeonato Paulista deste ano, e do Red Bull Brasil, que chegou às oitavas de final do mesmo torneio, por exemplo, ajudou nesse processo.

Mas imaginar um time de futebol como uma franquia de negócios licenciada, modelo que é base do esporte profissional dos EUA, ainda é algo impensável por aqui.

Nos EUA, os clubes compram suas vagas nos campeonatos de acordo com o interesse da liga em se expandir geograficamente e gerar novas receitas.

"Para o jeito americano, de encarar o esporte como negócio, o modelo de franquias faz todo o sentido", disse à Folha Mike Gastineau, autor de "Soccer: Sucesso em Seattle" (editora Grande Área, 267 págs., R$ 49).

E é justamente esse choque entre o romantismo semi-amador brasileiro e a visão ultraprofissional norte-americana que faz o livro ser interessante não apenas para quem gosta de futebol.

Mike Gastineau tem o futebol como pano de fundo, mas exemplifica boas práticas de negociação, estratégia de marketing e construção de equipes de trabalho.

Radialista, Gastineau sempre teve carinho pelo futebol, patinho feio entre os esportes nos EUA. Por conta disso, em seus programas, fazia questão de mencionar o Seattle Sounders, time de uma liga pequena que levava mil pessoas a seus jogos.

Entre seus ouvintes costumava estar Adrian Hanauer, dirigente do time. O que Gastineau ainda não sabia, à época, é que Hanauer iria refundar o Sounders na milionária MLS (Major League Soccer).

"Um dia, ele me ligou e pediu para participar do programa. E foi assim que eu ganhei acesso antecipado aos personagens de uma grande história", conta Gastineau.

O autor conta os bastidores da transformação de um pequeno clube na mais valiosa equipe do futebol dos EUA, com valor estimado pela "Forbes" em US$ 245 milhões (R$ 867 milhões) e média de público de 44 mil pessoas por partida em 2015.

Atual campeão brasileiro, o Corinthians, com 105 anos de história, foi avaliado pela "Forbes" em US$ 511,7 milhões (R$ 1,8 bilhão), com público médio de 33,4 mil/jogo.

INÍCIO

O livro mostra como os milionários do entretenimento Joe Roth, produtor de cinema, e o ator Drew Carey, além do cofundador da Microsoft Paul Allen entraram no projeto.

A descrição do processo de construção do clube-empresa, com a participação ativa dos torcedores, é o ponto alto. Uma aula sobre como marcas devem proceder diante da opiniões de seus clientes.

Embora seja um defensor do futebol, o autor reconhece que o esporte ainda tem longo caminho nos EUA.

Mesmo bem-sucedida financeiramente, a MLS ainda é menos importante que outras ligas do país. "Mas é preciso levar em conta que ela só tem 20 anos de vida. Daqui a um tempo, veremos" diz.

 

Publicidade

 
Busca

Busque produtos e serviços


pesquisa
Edição impressa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag