Empresários apelam à internet para testar ideias de negócios
CONSTANCE GUTKE
DO "NEW YORK TIMES"
Empreendedores têm usado a internet para captar não apenas o dinheiro do público, mas também suas ideias.
Através do "crowdsourcing", plataformas em que qualquer um pode dar sua opinião, os empresários testam novos produtos e pedem ajuda para definir preços.
Lee Mayer descobriu os benefícios do "crowdsourcing" ao criar o site de design de interiores Havenly, em que oferece serviços on-line a preços mais acessíveis, a partir de US$ 79 (R$ 284).
Antes de colocar a plataforma no ar, ela distribuiu milhares de formulários na internet com uma questão crucial: as pessoas pagariam por um serviço como esse?
"Você quer uma garantia de que outras pessoas acreditam naquilo que você acredita", diz a empresária. "Isso elimina parte do risco."
Desde então, Mayer recorreu às massas on-line para testar preços (foi assim que chegou aos US$ 79), produtos e até o design do site.
Uma das medidas que adotou com base nos retornos foi incluir uma calculadora de orçamentos."'Crowdsourcing' é rápido e barato", afirma.
A essência é a mesma do "crowdfunding", sites de financiamento coletivo em que o empresário pede dinheiro para colocar o negócio em pé.A vantagem, dizem especialistas, é a rapidez.
"Ele substituiu os tradicionais grupos de foco", diz Chris Hicken, presidente da UserTesting, que tem 1 milhão de usuários e cuja especialidade é buscar ideias das multidões em nome de empresas que operam on-line.
"A inovação avança tão rápido que respostas mais rápidas são necessárias."
Um dos seus clientes foi o Speek, serviço de teleconferências. Com a ajuda da opinião do público, eles ajustaram o design de seu site para torná-lo mais compreensível e aumentaram o número de registros em 60%.
A velocidade com que se obtém informações básicas sobre o negócio ajuda empresas a mudarem de rumo mais rápido e com menor custo, caso percebam que o produto está destinado a fracassar.
"Hoje em dia, é mais difícil ficar à frente", diz Rob Hoehn, presidente-executivo da IdeaScale, que ajuda empresas a fazer campanhas de "crowdsourcing". "Pequenas empresas não têm verba para departamentos de pesquisa e desenvolvimento, então podem recorrer à multidão".
Quando uma empresa está em busca da sabedoria das multidões, porém, as questões não podem ser amplas demais. É crucial concentrar as possíveis respostas em algumas opções.
Hickens, da UserTesting, sugere fazer a pesquisa com cerca de 500 pessoas. "Se 75% disserem sim a um produto, você pode ter certeza de que o desejam."
A técnica, contudo, tem seus riscos. Uma questão mal planejada pode revelar segredos comerciais e entregar para uma ideia com grande potencial a um rival.
Para isso, é importante focar as perguntas em pequenas partes do negócio, em vez de revelar estratégias inteiras.
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