Chefe cria papinha 'gourmet' depois de cozinhar para o filho
ANNA RANGEL
DE SÃO PAULO
Para não alimentar o pequeno Benjamin, hoje com três anos, com papinha industrializada, o chef Amilcar Azevedo, do restaurante Nou, em Pinheiros, em São Paulo, optou por prepará-las.
A ideia virou negócio: a Gourmetzinho, que vende papinha para bebês a partir de seis meses de idade, foi aberta há dois anos com a esposa Karol Azevedo.
"A gente curtia muito, como família, fazer as papinhas. Era uma brincadeira. Daí surgiu a ideia de levar o negócio adiante para outras famílias", diz Azevedo. "Acabamos sendo levados pelo crescimento do mercado para bebês. Vimos uma boa oportunidade."
O investimento inicial foi de cerca de R$ 20 mil. O casal investiu na reforma de uma cozinha em São Paulo e procurou reaproveitar equipamentos que já tinham. Eles compraram um fogão simples, de quatro bocas, e foram investindo aos poucos, conforme a demanda crescia.
Karime Xavier/Folhapress | ||
O chef Amilcar Azevedo, do Nou, que criou um serviço de papinhas de bebê saudáveis |
As papinhas atendem a três fases da criança: purês, para bebês de seis a nove meses, com pedaços, para entre nove meses e um ano, e comidinhas, para os pequenos a partir de um ano. Tudo sem conservantes.
Entre os sabores há frango com feijão branco e espinafre, ossobuco com feijão fradinho e agrião e carne com polenta de quinoa. Os pratos custam entre R$ 10,50 e R$ 16,90. O segundo filho, Bernardo, 1, "foi criado a Gourmetzinho", diz Azevedo.
O faturamento mensal já é cerca de R$ 140 mil e a projeção é dobrar o valor até o fim do ano. A marca está presente em São Paulo, Campinas e Baixada Santista. São 14 mil papinhas vendidas por mês.
O chefe conta com o auxílio de uma pediatra, que analisa os ingredientes e define se eles são adequados para bebês, além de uma nutricionista, responsável por ajustar a proporção nutricional.
Até julho, a empresa estará presente no Rio de Janeiro, em pequenos empórios de alimentação saudável.
"A visibilidade nesses pontos de venda é um investimento para que nos tornemos mais conhecidos. Queremos expandir, mas vamos analisar a experiência no Rio."
O principal desafio é a logística: as papinhas, congeladas, são levadas em caminhões de sorvete.
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