Entenda como se tornar uma rede de franquias, setor com números em alta
DIEGO IWATA LIMA
DE SÃO PAULO
Empresas que crescem como franquias ganham sócios que também zelam pelo negócio, e não apenas pontos de venda. Isso permite a expansão para locais distantes da matriz com segurança e comprometimento.
Na visão de empresários e especialistas do setor, essa é uma das maiores vantagens para aqueles que decidem transformar seus empreendimentos em redes franqueadoras, de olho em um segmento com números crescentes em meio à retração da atividade econômica.
Na última semana, cerca de 60 mil pessoas estiveram na 25ª ABF Expo, em SP para conhecer o setor de franchising mais de perto.
Mas transformar a empresa em uma rede não é para todos. Além da vontade de crescer, é preciso ter algumas características. E seu fundador, ou proprietário, precisa saber ter desprendimento.
Alexandre Rezende/Folhapress | ||
David Bobrow, sócio da empresa de roupas infantis Tip Top |
REPETIÇÃO
"Só dá para franquear aquilo que dá para replicar", afirma Décio Pecin, presidente da rede de escola de idiomas CNA, citando um mandamento do setor.
Para entender se suas empresas têm potencial para se tornarem redes, é comum empresários buscarem consultoria especializada.
"O primeiro ponto é o planejamento", diz Wladimir Brandão, sócio da consultoria AAClass. Empresas como a dele fazem uma varredura na vida contábil, jurídica e financeira da companhia, além das práticas administrativa, propriamente, para entender se ela pode ser uma franquia.
"Até mesmo uma análise psicológica é necessária, para que se possa traçar o tipo de franqueado que a rede deve aceitar", diz Brandão.
Além da parte analítica, a consultoria ajuda a construir documentos fundamentais: os manuais, a COF (circular de ofertas de franquia), o pré-contrato e o contrato.
A COF define as particularidades da relação entre franqueados e franquias em termos de direitos e deveres.
NOVAS FUNÇÕES
Quem vira franquia, muda de ramo de atividade, ainda que a empresa mantenha a natureza do negócio.
Os fisioterapeutas Gianny Corsi e Hugo Andrade entenderam isso rapidamente na Body Finn, do setor de estética, que acaba de se tornar uma franquia.
"É, a vida agora vai ser administrar os papéis. O trabalho triplicou", diz Corsi.
O mesmo aconteceu com o artista gráfico Daniel Martins, da Urban Arts, galeria de arte fundada em 2009 que virou franqueadora em 2012.
À medida que a rede se firmava, Martins entendia que precisava de mais especialização na gestão. Chamou então Gustavo Guedes, do mercado de publicidade na internet, para ser seu sócio.
"É imprescindível haver expertises diferentes para a crescer", diz Martins, citando outra recomendação para quem quer entrar no setor.
Reconhecer limitações também é citado como fundamental por David Bobrow, da Tip Top, de vestuário infantil. Por cinco décadas, a companhia fundada em 1952 só produziu para redes multimarcas e o varejo em geral.
Ao detectar que o modelo penava devido à concorrência de produtos importados, Bobrow decidiu levar a empresa primeiro ao varejo e, depois, ao franchising, sem entender muito bem, inicialmente, os passos a seguir.
"Por isso fomos buscar gente especializada no mercado para estruturar a gestão e, depois, virar franquia, diz. "Não entendíamos nada de varejo, por isso chamamos quem entendia", diz.
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