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05/09/2011 - 07h01

Atacado mira consumidor final

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Foi vendendo roupas para colegas em horários marcados que a empresária Eloísa Pires, 56, dona do atacado de roupas femininas Nem, descobriu um modelo lucrativo de negócio: venda a varejo.

Criada há 30 anos, a marca abriu loja para o consumidor final em 2007 e, a partir daí, acumulou aumento de 15% no faturamento.

"Conforme a demanda pelos produtos cresceu, descobri que negociar com esse público seria lucrativo."

Como Pires, outros micro e pequenos lojistas aproveitam o maior poder de compra da população para ampliar o público-alvo -atendendo também ao consumidor final.

Nos últimos dois anos, "essa tendência tornou-se ainda mais forte", segundo Fernanda Della Rosa, assessora econômica do Conselho do Comércio Atacadista da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

A atratividade dos preços é o maior chamariz de clientes, na avaliação de Rosa. "Os atacadistas que vendem no varejo compram produtos em grande quantidade e, por isso, podem vendê-los por valor inferior ao do mercado."

Carlos Cecconello/Folhapress
Eloísa Pires decidiu apostar no varejo após oito anos somente no atacado
Eloísa Pires decidiu apostar no varejo após oito anos somente no atacado

Com experiência de seis anos no setor de vestuário infantil, Josiane Scudeler, 31, proprietária da marca Camú-Camú, deixou de vender apenas no atacado para apostar, em 2008, também no modelo varejista. A decisão, recorda, veio "a partir da demanda dos próprios clientes".

A dificuldade encontrada no processo foi ter diversidade suficiente de artigos. "No atacado, os produtos costumam seguir o perfil dos lojistas, enquanto, no varejo, temos que diversificar os modelos para atender a mais consumidores", diz.

Para Marcel Solimeo, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), com o ingresso de redes atacadistas estrangeiras no Brasil nos últimos anos, pequenos lojistas estão perdendo espaço no mercado. "Microempresas deixarão de vender em grande escala, gradativamente, e migrarão para o modelo varejista", afirma.

CONCORRÊNCIA
Esse é o caso da rede de calçados femininos D.Frent, da empresária Lara Martins, 34. Criada no fim do ano passado, a marca tinha foco no atacado, mas mudou para o varejo on-line em 2011.

As vendas em grande escala, explica a empreendedora, são realizadas apenas para empresas estrangeiras.

"Diante da concorrência dos atacadistas, uma marca pouco conhecida no mercado deve vender no varejo para ter retorno rápido e lucro maior", diz ela, que afirma ter aumentado seu faturamento em 50% devido à mudança.

 

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