Empresas digitais ganham mais espaço e investimento
MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO
Em uma viagem ao Japão, André Nazareth, 25, ficou impressionado com os diversos usos que a população do país faz dos smartphones.
Ao voltar para o Brasil, decidiu desenvolver um aplicativo para os aparelhos: um serviço de pesquisa de preços de produtos para quem estivesse no supermercado.
Alexandre Rezende/Folhapress |
André Nazareth abriu empresa após criar aplicativo de pesquisa para smartphone |
Assim nasceu o Meu Carrinho, produto e empresa de Nazareth e dois sócios. Há nove meses, ele é desenvolvido e testado pelos três.
O custo de desenvolvimento foi baixo: os empresários desembolsaram cerca de R$ 5.000. Nazareth pediu demissão em janeiro para se dedicar integralmente à empresa, que, no último mês, recebeu aporte de R$ 300 mil -equivalente a 30% da sociedade, fatia comprada pelo Grupo BuscaPé.
O negócio foi fechado após o concurso "Sua Ideia Vale Um Milhão", em que o grupo selecionou 4 "start-ups" entre 800 e assumiu participação de 30% em cada um.
DEMANDA REPRIMIDA
A grande quantidade de inscritos no concurso representa, para Ayrton Aguiar, vice-presidente de desenvolvimento de negócios do BuscaPé, "uma imensa demanda reprimida de 'start-ups' por investimentos".
Na opinião de Felipe Matos, fundador do programa de aceleração de empresas digitais Start-up Farm, a tendência é o número de investimentos continuar a crescer.
Além dos fatores econômicos, Matos cita que a chegada dos jovens aos cargos de tomada de decisão nas empresas torna o cenário favorável. "É uma geração que conhece o poder da internet e quer investir nas 'start-ups' e em ferramentas on-line."
Na Start-up Farm, os empreendedores terminam o processo de aceleração em encontros com investidores.
Desde 2006, o Desafio Brasil, promovido pela Fundação Getulio Vargas em parceria com a Intel, recebe inscrições de "start-ups" que buscam financiamento, visibilidade e educação. Já passaram pelo programa 600 empresas.
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