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12/08/2012 - 22h28

Paixão por carros antigos e motos aproxima pais e filhos

RODRIGO LARA
DE SÃO PAULO

É natural que os filhos se inspirem nos pais e dividam alguns de seus gostos. Quando o assunto é a paixão por carros e motocicletas, o interesse comum pode se transformar em parceria.

Foi assim com o engenheiro Michel Foltran, 36. A atividade do seu pai, o mecânico aposentado Milton Antônio Foltran, 62, foi determinante no surgimento do interessepor automóveis.

"Quando moramos em Detroit (Estados Unidos), entre 1981 e 1984, ele trabalhava em uma concessionária BMW e sempre passava em casa durante o percurso de avaliação do serviço.

Aproveitávamos para dar uma volta nos carros, o que era muito divertido, especialmente quando os modelos eram conversíveis, como o Série 3 Cabrio. Isso foi marcante na minha vida", conta Michel.

Lucas Lima/Folhapress
Michel Foltran e o pai, Milton, possuem clássicos BMW dos anos 80, época que moravam nos EUA
Michel Foltran e o pai, Milton, possuem clássicos da BMW dos anos 1970 e 1980, época que moraram juntos nos EUA

SONHO DE CRIANÇA

Na época, Milton não planejava adquirir um carro da marca. "Meu pai nunca teve condições de comprar um BMW, ele estava juntando dinheiro para outros fins. Eu cresci com o sentimento de que, um dia, iria comprar um para nos divertirmos juntos", diz Michel.

Enquanto o filho sonhava, Milton adquiria peças e rádios originais da marca alemã com desconto, mesmo sem saber que futuramente teria um BMW na garagem.

Em 2004, 20 anos após voltar para o Brasil, Michel viu em uma loja de usados um modelo 320i 1985. "Fui correndo chamar meu pai. Ele disse que já havia visto o carro e que poderíamos dar uma olhada para conhecê-lo melhor. O sedã estava em ótimo estado, foi paixão à primeira vista", conta Michel.

Após negociar a compra com o antigo dono, Michel e Milton fizeram uma restauração profunda no carro. O processo durou seis anos e hoje é motivo de orgulho dos dois.

Em 2005, foi a vez de comprarem um BMW 2002 ano 1970 automático, modelo bastante raro. "Meu pai teve uma doença, o que atrasou a restauração. Mas ainda iremos deixá-lo nos mesmos moldes do 320i", diz o filho.

DESDE O NASCIMENTO

"A ferrugem que corre nas veias do meu pai também corre nas minhas." É assim que o comerciante Marcelo Juncal, 43, define sua relação com o pai, o também comerciante Mario Juncal, 74.

"Acho que tudo começou no dia em que nasci, quando meu pai foi me buscar no hospital com seu Simca Tufão 1966. Por volta dos meus cinco anos, eu já o acompanhava em desmanches para procurar peças que seriam usadas nos carros e nos caminhões que ele vivia reformando", conta Marcelo.

Ele garante que, mesmo na adolescência, quando muitos filhos querem independência em relação aos pais, a ligação entre os dois ficou mais forte. "Eu passava muito tempo em velhas oficinas falando com mecânicos, funileiros e eletricistas. A paixão pelos carros antigos estava incorporada, já fazia parte da minha vida", diz.

Hoje, Marcelo tem três modelos clássicos na garagem. "Meu primeiro carro antigo foi comprado em 1988, um Ford Galaxy 500 1971. Hoje eu tenho um Chevrolet Impala 1963, um Chevrolet Opala 1975 com motor 350 V8 e um Chevrolet Nova 1968".

Na hora de cuidar dos antigos, pai e filho continuam juntos. "Sempre conversamos sobre os modelos, sobre a parte mecânica e os defeitos que apresentam."

Lucas Lima/Folhapress
Marcelo Juncal e seu pai, Mario Juncal, a bordo do Opala 1975
Marcelo Juncal e seu pai, Mario Juncal, a bordo do Opala 1975

TRÊS GERAÇÕES

O piloto e gerente de marketing Rafael Paschoalin, 29, já foi campeão brasileiro de Supermoto em 2008, ganhou as 500 Milhas de Interlagos em 2009 e, em 2012, foi o primeiro brasileiro a competir na difícil prova de North West, na Irlanda. Aficionado por velocidade, ele tem o pai, o ex-piloto Vail Paschoalin, 52, como exemplo.

"Ele me 'infectou' com o vírus da adrenalina e deixou colocarem gasolina e óleo dois tempos na minha mamadeira", brinca.

Agora é o filho Enzo, 10, que mostra aptidão para andar de moto. "Não forço a barra. Ele pilota quando quer", conta Rafael, que vê o esporte como uma forma de transmitir bons valores.

"Crescer nesse ambiente competitivo ajudou a forjar o meu caráter, já que, desde cedo, aprendi a ganhar e a perder. O esporte também afasta as pessoas de coisas ruins, como as drogas".

 

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