Mini Cooper e carruagem duelam no trânsito de SP
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma intervenção do artista visual Eduardo Srur promete despertar algo diferente nos motoristas que enfrentam o trânsito carregado na região da ponte Octavio Frias de Oliveira, na marginal Pinheiros, em São Paulo.
O local será o ponto de chegada para um desafio proposto pelo artista, que acontecerá na próxima sexta-feira (6/9), às 17h, horário em que são resgistrados grandes congestionamentos na cidade.
Dirigindo uma carruagem semelhante às usadas durante o período imperial do Brasil, Srur vai competir com o piloto Ingo Hoffmann.
A disputa não será fácil. Hoffmann vai acelerar um Mini Cooper Roadster de 184 cv. Ou tentar. Ambos sairão da estação Granja Julieta da CPTM, mas o artista fará o percurso pela ciclovia e o piloto irá pela marginal.
Divulgação | ||
Entre os dias 5/9 e 7/10, uma réplica da carruagem, com quatro cavalos e um cocheiro esculpidos em escala real, será colocada a 30 metros de altura sobre o concreto aparente da ponte para chamar a atenção sobre os problemas de mobilidade nos grandes centros urbanos.
A Folha conversou com Eduardo Srur. Veja os principais trechos:
Como funcionará o o desafio e qual é a mensagem que você quer passar?
O desafio começou há dois, quando vi a ponte estaiada de perto e imaginei criar uma intervenção no local. A mensagem é: a carruagem é o símbolo da nossa mobilidade urbana em SP, porque nos deslocamos a lentos 20 km/h nos congestionamentos frequentes da cidade.
Tem algum palpite de quem irá vencer?
Minha aposta é na carruagem, pois estarei correndo nela!
Qual o papel das intervenções urbanas?
O artista vê a mesma coisa de outra forma. As intervenções transformam a realidade das pessoas no próprio cotidiano, provocam a reflexão, fazem pensar e ver o mundo de uma perspectiva diferente. Certamente, a intervenção urbana é a linguagem que mais se aproxima do público.
Como conseguir atenção concorrendo com tantas distrações da vida moderna?
O artista deve ter uma estratégia de ocupação no espaço público, deve seguir a dinâmica da cidade, que é explosiva, e buscar tirar o espectador da anestesia diária. Não existe uma fórmula pronta porque cada obra tem sua própria natureza e o contexto urbano onde está inserida.
Quais trabalhos recentes lhe deram mais satisfação?
Todos.
O que pensa do uso da arte em questões políticas e, mais especificamente, sobre o que ocorreu com a banda Pussy Riot?
A arte é política. No Brasil, diferentemente da Rússia, temos liberdade de expressão, podemos correr mais riscos. Aqui, o artista deveria ter um papel de formação do olhar do público, que não está muito preparado para o universo artístico. É isso que eu faço com minhas obras.
Você executou trabalhos em outros países. Como é a recepção a artistas brasileiros da sua área no exterior? Como as intervenções são recebidas aqui e lá, tem diferença?
As intervenções são recebidas da mesma forma. Não há muita diferença.
E como é o trânsito nos países que visitou?
Só consigo lembrar do caos no trânsito de SP!
Você gosta de carros? Quais tem ou teria? O que combina mais com você e seu estilo de vida?
Nada especial, prefiro motos para chegar nos meus compromissos. Trabalho em casa, resolvo boa parte das coisas pela internet e ando quase sempre de moto.
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