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21/01/2013 - 07h13

Nova tecnologia prenuncia carros sem motorista

DO "THE NEW YORK TIMES"

Jesse Levinson não se preocupa muito quando dirige seu protótipo do Volkswagen Passat pelo campus da Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

Um sistema de visão informatizada que ele ajudou a criar observa sem piscar os pedestres e ciclistas, automaticamente diminuindo a velocidade do carro e acionando os freios quando eles entram no seu caminho.

Divulgação
Protótipo da Toyota Fun Vii poderá rodar por conta própria no futuro
Protótipo da Toyota Fun Vii poderá rodar por conta própria no futuro

Em breve, poucos motoristas precisarão se preocupar com acidentes e colisões, seja em rodovias vazias ou em vias congestionadas -ao menos essa é a aposta das empresas de tecnologia e das fábricas de automóveis.

Mesmo hoje em dia, os motoristas já beneficiam-se de diversos sistemas de segurança, e muitos outros estão sendo desenvolvidos para que dirigir deixe de ser uma atividade manual para se tornar algo mais semelhante a um maestro regendo uma orquestra.

Atualmente, diversos sensores ópticos e radares monitoram o entorno de um crescente número de veículos no mundo todo e, em alguns casos, observam até mesmo o estado físico da pessoa que está dirigindo.

Sistemas de detecção de pedestres como o testado por Levinson -que trabalha no Centro de Pesquisas Automotivas de Stanford- já equipam carros de luxo e estão sendo incorporados a alguns modelos médios. O sistema oferece alertas auditivos, visuais e mecânicos caso uma colisão seja iminente e, cada vez mais, quando necessário, realizam automaticamente manobras evasivas.

Até meados desta década, sob certas condições, eles vão assumir completamente a condução do veículo, tanto em alta quanto em baixa velocidade.

Mas o novo sistema deve, bem antes da chegada dos veículos completamente autônomos, alterar fundamentalmente o jeito de dirigir.

"Essa é realmente uma ponte", disse Ragunathan Rajkumar, professor de ciência da computação que comanda um projeto de pesquisa sobre a condução automatizada de veículos na Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, financiado em parte pela General Motors.

"O motorista ainda está no controle. Mas, se o motorista não estiver fazendo a coisa certa, a tecnologia assume."

O modelo Autonomous Cadillac SRX, da Carnegie Mellon, é capaz de se guiar sozinho em vias públicas, detectar e parar para pedestres e se comunicar com a sinalização de trânsito.

Várias dúvidas jurídicas e atuariais já surgiram, e os pesquisadores estão abrindo uma nova linha de estudos acerca de como os humanos interagem com os sistemas automáticos.

Os sistemas de segurança são resultado dos rápidos avanços nos algoritmos informáticos e da dramática queda de preço dos sensores.

Quatro fabricantes -Volvo, BMW, Audi e Mercedes- já anunciaram que passarão ainda neste ano a oferecer modelos equipados com sensores e softwares que permitirão ao carro se autoguiar em situações de tráfego intenso a até 60 km/h.

Os sistemas, conhecidos como Traffic Jam Assist [assistência para engarrafamentos], vai acompanhar o carro da frente e automaticamente desacelerar ou acelerar conforme for necessário, manejando freio e direção.

Em velocidades maiores, o sistema Super Cruise, da Cadillac, serve para viagens em rodovias, mantendo o carro em uma faixa e ajustando a velocidade conforme o tráfego.

Ações como virar a direção, frear e acelerar já são cada vez mais confiadas a softwares.

"As pessoas não percebem que, quando elas pisam em freios ABS, é simplesmente uma sugestão para que o carro pare", disse Clifford Nass, um dos diretores do Centro de Pesquisas Automotivas de Stanford. Cabe ao sistema definir como e quando o carro irá parar.

A inovação automotiva tem sido estimulada pela crescente evidência de que tecnologias existentes, como freios ABS e o controle eletrônico de estabilidade, já salvaram dezenas de milhares de vidas.

Em novembro do ano passado, a Comissão Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA recomendou que todos os carros novos estejam equipados com tecnologias anticolisão.

A Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA recentemente informou que um desses sistemas, o controle eletrônico de estabilidade (ESC, na sigla em inglês), que detecta digitalmente a perda de tração e a compensa automaticamente, evitou 2.202 mortes de 2008 a 2010.

As tecnologias antiacidentes ganharam força desde 2010, com a notícia de que o Google tinha um programa secreto para carros autoguiados. O Google não disse se pretende vender seus veículos. No entanto, a empresa faz lobby ativamente por leis que legalizem os automóveis autônomos em vários Estados.

A rapidez na adoção dos novos sistemas de segurança também deve-se ao empenho de fabricantes de componentes, como a Bosch e a israelense Mobileye, que produz câmeras instaladas em espelhos retrovisores, voltadas para frente.

Disse Rajkumar: "Com o tempo, conforme a sociedade ficar mais confortável com essa ideia e as preocupações jurídicas forem resolvidas, a autonomia completa irá ser prática, inevitável e necessária".

 

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