Novo Outlander reforça vocação urbana
Rodrigo Lara
Colaboração para a Folha
Ele chegou ao Brasil em 2003 batizado de Airtrek. Na segunda geração, se firmou no mercado como uma opção mais urbana que a linha de modelos Pajero. É essa vocação que o novo Mitsubishi Outlander pretende preservar.
Ivan Ribeiro/Folhapress | ||
O veículo chega às concessionárias em setembro com preços que vão dos R$ 102.990 cobrados pela versão 2.0 até os R$ 139.990 da opção GT V6 mais equipada.
A marca afirma que a atualização do crossover foi concentrada em duas vertentes: aerodinâmica e redução de peso. O carro emagreceu 100 quilos em comparação à geração anterior e ganhou linhas mais fluidas.
Editoria de Arte/Folhapress |
O carro perdeu o "bocão" que adornava a dianteira da segunda geração. Entra em cena um visual mais comportado, com faróis dianteiros que lembram os do Range Rover Vogue e uma grade superior fechada, que abriga o logotipo da fabricante. O Outlander não tem mais cara de mau, seu desenho ficou rechonchudo.
Na lateral, a linha de cintura ascendente termina em um par de lanternas de fundo cromado e lente transparente, unidas por um friso que percorre a tampa do porta-malas. Ainda que a intenção da Mitsubishi tenha sido deixar o carro mais moderno, essa é a parte menos interessante do exterior do veículo.
A versão avaliada (Outlander GT V6) no teste Folha-Mauá estava equipada com o opcional chamado Full Technology Pack.
Esse pacote inclui sistema "keyless" (partida sem chave no contato), bancos de couro com ajustes elétricos na dianteira e aquecimento, fechamento eletrônico do porta-malas, ar-condicionado com duas zonas independentes de temperatura, faróis de xenônio e central multimídia com GPS e tela sensivel ao toque.
O kit traz também itens de segurança como o piloto automático adaptativo. Além da manter o ritmo constante, o sistema reduz a velocidade do carro sem interferência do motorista quando há um veículo mais lento à frente.
Os freios ABS têm distribuição da força de frenagem entre as rodas e sistema auxiliar que potencializa a pressão das pinças sobre os discos em freadas de emergência. Há também controle de estabilidade e de tração e nove airbags.
Há bastante espaço para cinco ocupantes e uma terceira fileira rebatível de bancos, com dois assentos apertados instalados no porta-malas. Portanto, é preciso escolher: passageiros extras ou bagagens?
A versão testada trazia sob o capô o motor 3.0 de seis cilindros em "V", que rende 240 cv e tem bom torque. O câmbio é automático de seis marchas e a tração, integral.
O Outlander de entrada tem motor 2.0 (160 cv), tração dianteira e câmbio automático CVT. De acordo com a Mitsubishi do Brasil, essa opção deverá responder por 60% do mix de vendas.
O teste proposto pela Mitsubishi incluiu uma sequência de exercícios no autódromo particular da marca, em Mogi-Guaçu (a 172 quilômetros de São Paulo), e mostrou que, apesar dos 4,65 metros de comprimento e 1.570 quilos, o crossover é ágil.
A suspensão evita inclinações excessivas e, no limite da aderência, os sistemas eletrônicos entram em ação para colocar o veículo no rumo correto.
O percurso urbano que precedeu o trajeto rodoviário provou que o Outlander não faz cara feia diante de obstáculos como lombadas e buracos.
Em trechos rodoviários e velocidade constante, a principal característica é o silêncio na cabine.
Em situações como essa, vale acionar o piloto automático adaptativo. O recurso ajuda a evitar multas e acidentes em decorrência da distração do motorista.
Na terra, as atenções se voltaram para o sistema de tração 4x4 do modelo. Esse Mitsubishi não é um off-road nato, mas faz o básico longe do asfalto. O carro passou sem sacolejar pelos obstáculos leves do percurso.
Terminada a avaliação, o Outlander mostrou ter bons recursos para brigar em um segmento dominado por rivais de preço menor, como o Honda CR-V (a partir de
R$ 98,9 mil), o Toyota RAV4 (R$ 96,9 mil) e o Fiat Freemont (R$ 95 mil).
A marca japonesa pretende vender 600 unidades do Outlander ao mês, o que seria um aumento considerável em relação aos 286 carros comercializados em julho, segundo a Fenabrave (federação das distribuidoras de veículos).
De acordo com a Mitsubishi, não há expectativa de expandir a importação do modelo. Vindo do Japão, o Outlander depende da cota da montadora para ser importado sem sobretaxa de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e, com isso, ter um preço atrativo no país.
A Mitsubishi cedeu o carro para avaliação
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