Apelo racional de 'autodirigíveis' mudará mote de venda de carro
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A NEWPORT BEACH (EUA)
Após a apresentação à imprensa do Leaf autônomo em um aeroporto militar desativado da Califórnia, os engenheiros japoneses pareciam mais relaxados e acessíveis. Daí por diante, eles tiveram de responder questionamentos sobre como modelos com aquela tecnologia se tornariam interessantes para o público.
Ao ser perguntado sobre como as montadoras iriam motivar um motorista a comprar um carro autônomo, um dos coordenadores do projeto da Nissan respondem com bom humor: "Sei lá. Isso você tem de perguntar para o pessoal do marketing".
Ilustração Rodrigo Damati/Editpria de Arte/Folhapress | ||
TEMPO LIVRE
Para o pró-reitor de pesquisa do curso de pós-graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Marcos Amatucci, a indústria automobilística terá de repensar a forma de vender e apresentar seus produtos com o advento do carro autônomo.
"Não dá para focar só no fato de que o condutor irá poder aproveitar o tempo livre dentro do veículo exercendo atividades mais produtivas, como a leitura. Essa liberdade já é uma vantagem oferecida pelo transporte público", argumenta.
Estudo realizado pelo Ibope em 2012 revelou que o motorista paulistano passa, em média, 2h49 por dia no trânsito. Isso representaria mais de um mês por ano.
O pesquisador acredita que o grande alvo dos carros "autodirigíveis" será o condutor da terceira idade, já que a população está ficando cada vez mais idosa -e ativa.
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