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20/10/2013 - 02h00

Ford Fiesta 1.0 turbo revela futuro dos motores 'mil'

FERNANDO VALEIKA DE BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE LE CANNET, FRANÇA

Produzido em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), o Ford New Fiesta está entre os carros mais vendidos do país e tem versões 1.5 ou 1.6, ambas flex. No entanto, essas não são as opções mais modernas de motorização. Na Europa, esse hatch é 1.0, com três cilindros e turbo.

Batizada como EcoBoost, a tecnologia desse motor "mil" foi desenvolvida pelos engenheiros do centro técnico da Ford em Dunton, Inglaterra. Eles levaram ao extremo o conceito "downsizing", que é a redução do tamanho dos propulsores com o objetivo de diminuir o consumo de combustível e as emissões, sem perder potência. Daí a importância do turbo.

Com altura e largura equivalentes à de uma folha de papel A4 e 97 kg, esse 1.0 é um dos menores de seu segmento. Porém, na hora de acelerar, o "motorzinho" transforma o Fiesta europeu em um carro tão esperto quanto o modelo 1.6 à venda no Brasil (130 cv).

Divulgação

A Folha avaliou a opção 1.0 EcoBoost com 100 cv de potência em trechos urbanos e rodoviários do sul da França.

Bem à vontade na estrada, o hatch compacto de câmbio manual mostrou-se ágil nas retomadas. O torque é maior que o do modelo nacional e aparece em baixas rotações. E o mais importante: gasta pouco combustível.

Segundo dados da Ford, o consumo médio é de cerca de 20 km/l de gasolina -equivalente ao de modelos híbridos (movidos a combustível e eletricidade). O mesmo vale para os níveis de emissões.

Para comparar, o New Fiesta 1.5 (111 cv) nacional registrou 13 km/l entre cidade e estrada no teste Folha-Mauá.

O modelo europeu também foi agradável no uso urbano. Mesmo com três cilindros (os motores mais comuns têm quatro), não emite ruídos ou vibrações indesejáveis no funcionamento. Durante as paradas nos faróis, entrou em ação o sistema Start&Stop, que corta o funcionamento do motor e ajuda a economizar gasolina.

Outros fabricantes desenvolvem tecnologias semelhantes ao 1.0 Ecoboost, e há muitos planos para o Brasil. Será uma nova fase para os motores que hoje estão restritos aos carros populares.

Editoria de Arte/Folhapress

Hoje, apesar de serem os mais baratos do Brasil, os carros populares (1.0) já não atraem tanto os consumidores. Com maior poder aquisitivo, eles estão optando para modelos com motorização maior.

Uma nova geração de propulsores "mil", com apenas três cilindros, promete ser a injeção de ânimo que faltava ao segmento. A nova tecnologia permite elevar o desempenho, reduzindo ainda o consumo e as emissões.

Atualmente, apenas os compactos 1.0 Kia Picanto e Hyundai HB20, ambos com 80 cv, são ofertados exclusivamente nessa configuração. A VW lançou o seu novo motor tricilíndrico flex (82 cv), mas apenas na versão Bluemotion do Fox –o convencional (quatro cilindros) continua à venda. É uma forma de testar a recepção do público.

INCENTIVO
Até a chinesa JAC anunciou neste mês que terá tecnologia semelhante equipando o futuro compacto nacional. A fabricação começará no fim de 2014, em Camaçari (BA).
"O programa de incentivo à indústria [Inovar-Auto] propõe a redução da carga tributária para empresas que desenvolverem tecnologias de redução do consumo. Por isso, acredito que essa nova geração de motores ganhará força nos próximos anos e fará o segmento voltar a crescer", prevê Sergio Habib, presidente da JAC Motors do Brasil.
Ford, Chevrolet e Peugeot também prometem lançar seus motores de três cilindros no país, todos preparados para receber um turbo. Mais potentes, essas versões virão em seguida, substituindo motores 1.4 e 1.6, por exemplo.

"A tendência é que os 1.0 três cilindros turbinados, capazes de entregar mais de 100 cv, sejam uma alternativa aos atuais 1.5 e 1.6 aspirados", diz Carlos Hess, engenheiro-chefe de projeto da Ford.

Segundo ele, essa etapa ainda está distante de ocorrer no mercado brasileiro, pois, além dos maiores custos de produção, o consumidor ainda valoriza os motores de maior cilindrada.
De acordo com as marcas consultadas, a renovação dos motores "mil" deverá ser completa até o fim de 2016.

De 2001 a 2012, a participação dos carros populares despencou de 71% para 41%, segundo dados da Anfavea (associação da montadoras). Executivos da entidade explicam que os consumidores continuam migrando para modelos mais potentes em diferentes segmentos.

A nova geração de motores 1.0 de três cilindros já foi concebida para receber sistemas sofisticados, como o comando variável de válvulas, que distribui melhor o torque (força). Assim, basta um pouco mais de pressão no acelerador para recuperar o pique em situações onde propulsores convencionais pediriam reduções de marchas.

Além de mais esperto no trânsito, o motor do Fox Bluemotion é 8% mais potente que o 1.0 flex tradicional da VW (quatro cilindros, 76 cv).

A economia também merece destaque. No teste Folha-Mauá, o modelo registrou média de 14,1 quilômetros percorridos com apenas um litro de gasolina no trânsito urbano, recorde do segmento.

 

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