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17/11/2013 - 02h02

Programa de inspeção revela uso incorreto dos freios em motocicletas

JOSIAS SILVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Muitos motociclistas brasileiros não utilizam o freio dianteiro de suas motos, apenas o traseiro. Essa é a causa de muitos acidentes.

A constatação foi feita por meio do programa MotoCheck-Up, promovido pela Abraciclo (associação dos fabricantes de motos, bicicletas e ciclomotores).

Foram vistoriadas 29 mil motos em todo o país, verificando que o item mecânico com maior índice de defeito era o freio traseiro, por excesso de uso. O problema foi encontrado em 44,1% das motos vistoriadas.

Segundo Alfredo Guedes, engenheiro da Honda, existem motociclistas que chegam a retirar o manete do freio dianteiro para não usá-lo. "Só que é exatamente o freio dianteiro o responsável por 70% da capacidade de frenagem", afirma Guedes.

Já que as motos têm freios com acionamento separado -o dianteiro no manete direito do guidão e o traseiro no pedal- alguns motociclistas escolhem usar só o de trás. Nessa situação, a moto precisa do dobro de distância para parar. E essa é uma prática bastante generalizada entre os motociclistas principiantes.

Segundo estudos feitos pela Abraciclo, a crença de que o freio dianteiro não tem utilidade ou eficiência vem de dois fatores.

Um deles nasce na própria motoescola, que instrui o aluno a acionar somente o freio traseiro nas provas para a habilitação, de modo a facilitar a pilotagem nos obstáculos de baixa velocidade.

Outro fator vem de algo como uma lenda urbana, herdada das bicicletas, de que o uso do freio dianteiro na moto, principalmente em descidas, faz o veículo capotar de frente, o que não tem nenhum fundamento.

De acordo com dados levantados pela Honda, quando o freio dianteiro é a disco, mais eficiente que o sistema a tambor, o medo que o usuário tem aumenta.

Uma das recomendações do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária) é o uso do CBS (sigla para Sistema de Freios Combinado, em inglês). Com o sistema, ao acionar apenas um dos freios, tanto o dianteiro como o traseiro entram em ação.

A primeira moto a trazer esse equipamento foi a Honda CBR 1000F modelo 1993. Hoje, alguns modelos nacionalizados da marca, como a CB300R e o scooter PCX 150, trazem essa tecnologia.

Para aperfeiçoar os freios das motocicletas, a Abraciclo criou o programa "Sistemas para melhoria da Eficiência de Frenagem para Motocicletas", que também procura instruir os motociclistas.

Além de mudanças na tecnologia, Alfredo Guedes acredita que é fundamental aprimorar a formação dos condutores. "A primeira providência a ser tomada é dar treinamento aos novos pilotos, inclusive para que eles saibam usar corretamente os freios."

A lacuna na formação reflete-se nos números de acidentes: só 8% são causados por falhas nos veículos. Para problemas nas vias, o índice sobe para 18%, enquanto o fator humano é responsável por 74%, divididos igualmente para motoristas e motociclistas, com 37% para cada categoria. Os dados foram levantados pelo Observatório.

Editoria de Arte/Folhapress

TESTE
Um longo estudo, incluindo testes com as dez motos mais vendidas no Brasil, concluiu que a maior causa de acidentes de trânsito está no motociclista, e não no veículo.

O Observatório Nacional de Segurança Viária aponta que, "se nada for feito, o trânsito será uma pandemia mundial no prazo de uma década".

Nos testes das motos mais populares, os defeitos encontrados foram de simples solução, tais como posição da torneira de gasolina ou das pedaleiras do garupa. Mas há outros problemas até difíceis de acreditar, como o fato de o condutor demorar a perceber que motos feitas para o asfalto não se comportam bem em estradas de terra.

A mais importante recomendação é para os freios: o observatório indica o uso do CBS (Sistema de Freios Combinado, em inglês) como forma de aumentar a segurança para quem utiliza motocicletas.

 

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