Salão de Tóquio tenta reaproximar carros e jovens

Considerado o mais importante do Japão e o mais "high-tech" do mundo, o Salão de Tóquio é farto de novas tecnologias de conectividade e de propulsão alternativas, como os veículos a célula de hidrogênio.

O primeiro deste segmento em larga escala de produção será lançado em 2015, anuncia a Toyota. Será o sedã FCV, que está sendo apresentado como conceito. Outro de propulsão semelhante é o excêntrico FV2, cujo nome são as iniciais de "carro divertido", em inglês.

O protótipo não possui volante: os comandos são por gestos, como no videogame Xbox Kinect, da Microsoft. O carro ainda identifica o humor do motorista e interage com ele, mudando a cor externa da carroceria, por exemplo.

	Yuya Shino/Reuters
	Conceito Toyota FV2 tem espaço apenas para o motorista

Modelos assim são parte da estratégia para atrair os olhares de jovens consumidores. Outro exemplo disso é o conceito IDx Nismo, da Nissan. "Apesar do estilo retrô dos anos 1960, o acabamento é inspirado nos carros de jogos eletrônicos", contou à Folha Satoru Tai, diretor de design da empresa.

Uma versão mais sofisticada, com para-choques e rodas completamente diferentes, a IDx Freeflow, é exibida ao lado para mostrar que será possível personalizar todo o carro ao gosto do cliente.

Apresentado quase como um brinquedo, o Daihatsu Kopen permite que o dono substitua facilmente as peças da carroceria por outras de cores e formatos diferentes conforme a ocasião.

Já a Honda aposta na esportividade. O conversível compacto de dois lugares S660 promete desempenho a preço acessível para quem procura um automóvel divertido de guiar. Seu lançamento no Japão deve ocorrer só na linha 2015.

NOVAS PROPOSTAS
O carro autônomo, com lançamento previsto para 2020, deve mudar completamente a maneira de oferecer automóveis ao consumidor como objeto de desejo. "Teremos que focar na funcionalidade e na interatividade", disse Masamichi Kogai, presidente da Mazda.

Essas propostas já são vistas nos estandes do salão. As montadoras decoraram seus espaços com imagens de famílias reunidas e casais em encontros proporcionados pelos automóveis.

É um cenário bem diferente da edição anterior do evento, em 2011. Naquele ano, o que mais se via eram paredes pintadas em cores frias e telões exibindo filmes de motoristas sorridentes que acessavam redes sociais por meio do painel do carro.

"O desenvolvimento do transporte público de massa e o advento do smartphone fomentaram o desinteresse dos mais jovens pelo automóvel no Japão. As montadoras estão buscando resgatar essa paixão", conclui o executivo da Mazda.

Até o logotipo da feira, formado por carros estilizados com um coração no meio, tenta mostrar o quanto um automóvel pode ser apaixonante.

O jornalista viajou a convite da Toyota

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