Publicidade
01/12/2013 - 02h04

Venda de automóveis blindados deve ser recorde em 2013

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

O ano de 2013 deverá ser o melhor da história do segmento de blindagem no país. Segundo projeções da Abrablin (associação das empresas do setor), o ano deve fechar com 10 mil unidades registradas, o que representaria uma acréscimo de 16% em relação a 2012.

O alto índice de criminalidade, o aumento do poder aquisitivo do consumidor e a popularização do serviço foram determinantes para esse crescimento.

Outro fenômeno também tem contribuído: a chamada 'blindagem-dependência' por parte do motorista.

"Depois que a pessoa adquire um carro com proteção balística, dificilmente ela consegue transitar com tranquilidade em um automóvel normal", explica Fábio Rovedo de Mello, diretor da Concept Blindagens.

Reinaldo Canato/UOL
Linha de montagem da Concept Blindagens, em Mauá (SP)
Linha de montagem da Concept Blindagens, em Mauá (SP)

É o caso do engenheiro Marcos Macedo, 45, que pretende trocar o seu hatch Audi A3 blindado por outro, mais novo.

"O carro passa uma sensação de maior segurança a bordo. Não tenho coragem de transitar em grandes centros sem essa proteção", justifica.

Até consumidores de menor poder aquisitivo está recorrendo a blindagem. É comum ver carros de entrada (na faixa dos R$ 30 mil) nos pátios das empresas recebendo mantas e vidros à prova de balas, que superam o preço do próprio automóvel.

"As financeiras criaram planos que parcelam o veículo e a blindagem em até 60 meses", informa Eduardo Truffi, da Truffi Blindados, que, como outras empresas do setor, tem fila de espera de 70 dias.

Blindar picapes compactas também é uma solução econômica, já que a cabine menor exige menos material.

Jipinhos e sedã de luxo, porém, continuam sendo os mais procurados, principalmente por executivos, que passaram a ter a blindagem inclusa no seu pacote de benefícios corporativos.

USADOS
Assim como o mercado de blindados zero-quilômetro, o de usados também está aquecido, segundo lojistas consultados pela Folha.

"Dias atrás, dois clientes brigaram por um Hyundai Azera 2009, anunciado por R$ 68 mil [R$ 10 mil a mais do que o sedã sem proteção]", conta Maurício Cavichioli, consultor de vendas da Caltabiano.

Outrora, carros blindados com mais idade e fora da garantia eram considerados "micos" e chegavam a ser comercializados abaixo do preço do modelo original.

A tecnologia de mantas e vidros à prova de balas evoluiu nos últimos anos -os materiais ficaram mais leves e resistentes-, o que também ajudou a reverter esse cenário.

Mesmo assim, é importante fazer uma revisão completa da blindagem ao menos a cada intervalo de cinco anos, aconselha Eduardo Truffi, da W. Truffi Blindados.

Na operação, o veículo é totalmente desmontado, e a "armadura", minuciosamente verificada. O serviço custa, em média, R$ 3.000. Caso o automóvel sofra uma batida, a proteção balística também precisa ser revisada.

"O consumidor deve exigir nota fiscal, pois só assim a empresa poderá ser responsabilizada caso haja algum problema", atenta Fábio Rovedo de Mello, diretor da Concept Blindagens.

MANUTENÇÃO CARA
Um automóvel blindado pesa aproximadamente 200 kg a mais que um normal. E isso reduz entre 25% e 30% a durabilidade de itens como suspensão, pneus e freios.

A manutenção dos vidros também merece atenção. Se apresentar delaminação (descolamento das camadas), a blindagem da peça pode estar comprometida. O reparo custa cerca de R$ 500 e nem sempre o resultado é satisfatório.

Outra característica entre os usados é o excesso de ruídos. "Isso ocorre porque a instalação entre a carroceria e os painéis internos exige adaptação dos acabamentos originais", explica Evilácio Souza Filho, da oficina Papagrillos.

 

Publicidade

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um veículo





pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag