Apesar do motor menor, Cerato 1.6 bate Cruze 1.8 e novo C4 Lounge 2.0
EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
O Kia Cerato chegou desacreditado à pista de teste. Seu motor 1.6 flex (128 cv), o mesmo usado nas versões mais caras do Hyundai HB20, parecia fraco diante da cavalaria do Chevrolet Cruze 1.8 (144 cv) e do Citroën C4 Lounge 2.0 (151 cv). Mas o azarão sul-coreano tinha um trunfo: 200 kg a menos.
Os três sedãs médios trazem câmbio automático de seis marchas e bons pacotes de itens de série. Os preços das versões de entrada de cada carro são próximos -entre R$ 67 mil e R$ 71 mil.
O primeiro a chegar foi o Cerato. A posição para dirigir mais baixa e o volante pequeno entregam um pouco de esportividade à cabine, que é forrada com plásticos e tecidos escuros. Há bastante espaço no banco traseiro, mas o passageiro que viaja no meio tem de se contentar com um arcaico cinto abdominal.
Leonardo Soares/Folhapress | ||
Kia Cerato, Chevrolet Cruze e Citroën C4 têm medidas e preços semelhantes |
A lista de itens de série inclui o trivial para a categoria, como sistema de som com entrada USB e ar-condicionado. Há alguns mimos extras, como o volante com teclas multifuncionais e o apoio lombar com regulagem elétrica.
A queda suave do teto e as lanternas com LEDs remetem aos cupês esportivos. São formas chamativas, típicas dos carros sul-coreanos.
Divulgação | ||
Bancos de couro são opcionais no sedã sul-coreano da Kia |
As dimensões são basicamente as mesmas dos concorrentes. O Cerato é 4 cm mais curto que C4 e Cruze, mas há um empate técnico nas outras medidas. Isso reforçava a impressão de que o Kia ficaria para trás na pista, mas não foi o que aconteceu.
Divulgação | ||
Cabine da versão topo de linha do modelo da Chevrolet |
Na prova de aceleração (0 a 100 km/h), o sedã asiático andou junto com o recém-lançado modelo Citroën e foi 0,5s mais rápido que o Chevrolet. A diferença de peso começava a mostrar seu efeito no teste Folha-Mauá.
Divulgação | ||
Posição mais alta de guiar diferencia o veículo de luxo da Citroën |
PESO-PESADO
Produzido na Argentina, o Citroën C4 Lounge nasceu para mostrar que a marca francesa sabe fazer sedãs para o Brasil. A sobriedade do modelo atual contrasta com as ousadias do antecessor Pallas, que saiu de linha sem jamais ter ameaçado o Toyota Corolla e o Honda Civic, líderes do segmento.
O novo C4 é mais racional, a começar pelo preço. A versão testada custa R$ 66.990 -é o carro mais em conta deste comparativo.
Preço menor não significa menos equipamentos. O Lounge tem os mesmos itens dos concorrentes e foi bem melhor que o Pallas nas medições. Porém, os 1.489 kg influenciaram no gasto de combustível. O Citroën apresentou as piores marcas de consumo urbano. Com etanol, não obteve nada melhor do que 5,5 km/l. Isso mostra que o motor certo para esse sedã é o 1.6 turbo (165 cv) que equipa a versão topo (R$ 77.990).
Apesar disso, o Citroën é o modelo mais sofisticado e silencioso desse duelo, o que é suficiente para justificar as boas vendas nesses primeiros meses de mercado. Sua pretensão é alcançar o Cruze, terceiro colocado no ranking de emplacamentos entre os sedãs médios.
A Chevrolet defende essa posição com um conjunto bem acertado. A suspensão de seu modelo é a que melhor conhece as ruas brasileiras. Valetas e buracos são menos percebidos a bordo do que na comparação com os rivais.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
AIRBAG LATERAIS
O Cruze tem preço mais alto, mas só ele oferece airbags laterais desde a versão de entrada (LT). A versão LTZ
(R$ 81.190) que aparece nas fotos traz também bolsas infláveis do tipo cortina.
O espaço no banco traseiro é inferior ao dos sedã avaliados, mas não chega a ser desconfortável. Com tons claros, a cabine é agradável e bem acabada.
O desempenho do Chevrolet ficou dentro do esperado, sem surpresas. E esse foi o seu problema. Por custar mais, precisava provar que era superior na pista para equilibrar o jogo, mas foi surpreendido pelo Cerato.
A Kia reposicionou o preço do seu sedã médio e não vive um bom momento de vendas. Espera dias melhores em 2014, e tem um produto interessante para isso. Ser mais rápido e mais econômico que rivais de maior cilindrada é um feito que merece respeito e garante o primeiro lugar nesse comparativo.
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