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04/01/2014 - 16h54

Última unidade do Fiat Mille é produzida e traz até itens de luxo

DE SÃO PAULO

Aos 29 anos de idade, o Mille se despede. A última unidade do popular da Fiat saiu da linha de montagem em Betim (MG) direto para a foto de despedida. No alto, uma faixa "Grazie Mille" (obrigado Mille, em italiano), na cabine, mimos como ar-condicionado e direção hidráulica.

Ao todo foram mais de 3,7 milhões montados no Brasil e mais de 9 milhões no mundo. O carro, que chegou a ser apelidado de "botinha ortopédica", por seu formato, revolucionou o segmento dos carros compactos no início dos anos 80, pelo excelente aproveitamento do espaço interno.

Uma de suas soluções era o estepe no compartimento do motor, para dar lugar a mais malas no bagageiro. Isso em uma época em que o consumidor nem sabia direito o que era crash test (teste de impacto).

E foi o projeto datado, aliás, que obrigou o Mille a se aposentar, assim como a veterana VW Kombi. Pois, desde o início do mês, novas normas de segurança veicular vigoram no país.

Primeiro carro global da Fiat, o Uno foi lançado em 1984 no Brasil. Mas o citadino ganhou notoriedade mesmo a partir de 1990, quando inaugurou o segmento dos carros 'populares', com motorização 1.0.

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Nascia assim o Mille, que se transformou em um dos carros mais vendidos do mercado. Simples, os primeiros modelos tinham apenas quatro marchas e 48 cv. Já encostos de cabeça e retrovisor do lado direito eram opcionais. Custava, na época, cerca de US$ 7.200.

Mais potente e requintada, a edição de despedida do carro, limitada a 2.000 unidades, mantém o toque de simplicidade que marcou o carro, mas oferece itens como ar-condicionado e direção hidráulica. O preço também é outro –R$ 31,2 mil ou o equivalente a US$ 13,1 mil.

HISTÓRIA

O Mille é uma versão do Uno original, apresentado em janeiro de 1983 na estação de lançamento de foguetes Cabo Canaveral, nos EUA.

O projeto do carro começou no final dos anos 1970, com dois estudos: o 143, desenhado pela equipe de Pier Giorgio Tronville, do Centro Stile Fiat, e o 144, desenhado pela Italdesign de Giorgietto Giugiaro.

O Uno foi lançado com conteúdos inovadores, como as maçanetas embutidas na versão três portas e o limpador de para-brisa com um único braço. Os bancos ficavam em uma posição elevada, o que aumentava a impressão de espaço.

Outra inovação eram os "satélites" do painel, conjuntos de comandos próximos ao volante, e o cinzeiro corrediço e removível. Os instrumentos incluíam um sistema de verificação que apontava defeitos ou irregularidades em diversas funções.

O carro foi lançado no Brasil em agosto de 1984. Veio para substituir o 147, então com oito anos de mercado. Do antecessor vinham também os motores compactos.

Foi, porém, em agosto de 1990 que a Fiat lançaria um produto que revolucionaria o mercado de hatches de entrada: o Mille. Este modelo inaugurou um segmento que hoje representa cerca de 40% do mercado.

Esta versão de 994 cc do conhecido motor foi lançada apenas 60 dias após a redução tributária efetuada pelo Governo Federal. Modelos de 800 cc a 1000 cc passavam a ter alíquota de 20% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), metade do praticado até então.

O motor de apenas 48 cv era capaz de levar o Mille de 0 até 100 km/h em 21s e atingir 135 km/h, segundo a montadora.

A concorrência só daria as primeiras respostas um ano e meio depois.

O Mille foi também o primeiro 1.0 a oferecer uma versão com cinco portas e ar-condicionado dotado de mecanismo automático que cortava a energia destinada ao compressor durante acelerações a fundo para facilitar retomadas e ultrapassagens. Ficou conhecido como Mille ELX, de luxo.

Em julho de 1995 a Fiat introduziu a injeção eletrônica no Mille, que passaria a ser denominado EP.

No inicio de 2004, o Uno sofreu mais uma reestilização. A parte frontal foi totalmente remodelada com novos faróis, nova grade, novos para-choques (o traseiro com placa incorporada), novo capô, nova tampa traseira e novas lanternas. Em 2005 chegava o modelo flex.

Em maio de 2010, a Fiat lançou a nova geração do Uno, equipada com os motores 1.0 e 1.4, ambos flex. O conceito "Round Square" (quadrado arredondado) norteou todo o desenvolvimento do novo carro. Era a releitura do Uno original.

 

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