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12/01/2014 - 02h00

Híbridos, Prius e Fusion passam por teste de 5.000 quilômetros

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

"Meu próximo carro será híbrido", disse o empresário Hugo Henrique Baptista, 38, ao conhecer o consumo do Fusion Hybrid. Ele está entre as pessoas que tiveram contato com o sedã da Ford ou com o Toyota Prius em uma das avaliações feitas pela Folha desde outubro de 2011.

Ao todo, foram percorridos 5.108 quilômetros com os híbridos em diferentes testes, simulando situações de uso cotidiano. O objetivo: ver como é rodar com um carro cujo gasto de combustível e emissões são bem menores do que as de carros convencionais, sem ter que abrir mão de potência.

É a combinação de dois motores -um elétrico e outro a gasolina- que propicia os resultados que encantaram Baptista. Ele percorre cerca de 100 quilômetros por dia com seu Mitsubishi ASX 2.0, fazendo médias próximas a 12 km/l. Em uso semelhante, o Fusion Hybrid registrou consumo combinado (cidade e estrada) de 18,3 km/l.

Nos primeiros testes com o Ford, o desafio foi manter o motor a gasolina em repouso e usar apenas a energia elétrica. Isso significou arrastar-se por vias urbanas em baixa velocidade, pois qualquer acelerada mais forte fazia o 2.0 a combustão acordar.

No caso do Prius, o botão EV permite usar o carro apenas no modo elétrico. Essa função é melhor aproveitada em trechos congestionados.

O convívio com os carros mostrou mais diferenças do que semelhanças. O Prius nasceu como híbrido, por isso aproveita melhor o espaço na cabine e tem desenho que o diferencia dos demais Toyota. Já o Fusion Hybrid é um sedã de luxo que recebeu motor elétrico e baterias, instaladas sobre o eixo traseiro.

Os testes incluíram até a simulação de carga máxima, para ver se o motor elétrico do Prius seria suficiente para colocar o carro em movimento nessas condições. Não foi.

MEXICANO VS JAPONÊS
O Fusion Hybrid é um carro para quem gosta de tecnologia. Os equipamentos chamam mais a atenção do que seu apelo "verde", reforçado pelas folhinhas virtuais que brotam no lado direito do painel sempre que o motorista dirige de forma econômica.

Sensores leem as faixas pintadas no asfalto e fazem o volante tremer caso o motorista invada a pista ao lado sem ter dado seta. Para evitar acidentes, o sistema chega a corrigir suavemente a rota.

O sedã Ford também é capaz de encontrar vagas perpendiculares adequadas ao seu tamanho e fazer as manobras de estacionamento. O condutor só precisa controlar o freio e o acelerador.

Esses itens justificam melhor os R$ 124.990 cobrados pelo carro, que é beneficiado pela tarifação menor que incide sobre os carros produzidos no México.

Feito no Japão, o Toyota Prius (R$ 120.830) é menos equipado e sente mais os buracos da cidade. O Fusion preserva o rodar macio da linha, embora não seja tão esperto quanto as versões convencionais.

Editoria de Arte/Folhapress
DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ Equipados com motores elétricos e a gasolina, Fusion e Prius destacam-se pela economia de combustível
DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ Equipados com motores elétricos e a gasolina, Fusion e Prius destacam-se pela economia de combustível

CURIOSIDADE
Guiar um híbrido é uma forma de fazer amigos. Não por você fica mais simpático em um carro 'verde', mas porque a todo momento pessoas lhe abordam querendo saber como a tecnologia funciona, seja na porta da farmácia ou no próprio trânsito.

Pelo visual incomum, o Prius desperta rapidamente a atenção dos curiosos de plantão. No caso do Fusion, o controle de cruzeiro adaptativo, que freia o carro sozinho para evitar acidentes -e disponível também em versões normais do sedã- acabou recebendo mais elogios que o motor elétrico de emissão zero.

A segunda pergunta mais ouvida foi: "E quanto custa?". Outra vez foi o Toyota que mais impressionou, mas de forma negativa. "Com R$ 120 mil eu compraria um BMW", argumentou um rapaz, proprietário de um Hyundai Veloster.

O governo estuda um projeto de incentivo aos elétricos. Se for aprovado como querem as montadoras, o preço de ambos deverá cair para perto de R$ 90 mil. Em 2013, o segmento emplacou cerca de 400 unidades, ou 0,01% do total.

SAIBA MAIS
* Como se passa do modo elétrico para o a combustão?
A operação é comandada eletronicamente, e o painel avisa qual o tipo de motor está em funcionamento no momento e o consumo instantâneo.

* É preciso plugar o carro na tomada para recarregá-lo?
Essa foi a pergunta mais comum entre os curiosos durante o teste. Nos modelos híbridos tradicionais, como o Fusion e o Prius à venda no Brasil, é o motor a combustão e a energia dissipada nas frenagens, por exemplo, que recarregam as baterias que alimentam o motor elétrico.

* Onde ficam as baterias?
No Prius, sob o assoalho, na parte central do veículo. No Fusion, sobre o eixo traseiro, o que acaba roubando espaço do porta-malas.

* É verdade que o Prius tem motor 1.8 e consumo melhor que o de carro 1.0?
Exato. Com 138 cv, o hatch médio da Toyota fez 20,7 km/l de gasolina na cidade. Melhor entre os populares, o Fox Bluemotion (82 cv) alcançou "apenas" 14,1 km/l de média.

* Quantos quilômetros precisaria percorrer com cada um deles para compensar a compra?
Levando em consideração versões equivalentes do mesmo modelo ou de similares da mesma marca, 45 mil km, no caso do Fusion, e quase 250 mil km, no caso do Prius.

* Dá para usar apenas o motor elétrico?
Só no trânsito urbano, por poucos quilômetros e sem acelerar forte. Na maior parte do tempo, os motores alternam-se ou funcionam em conjunto. Para gastar pouco, não se deve ter pressa -principalmente ao volante do Fusion Hybrid, que pesa 1.650 kg.

* E em caso de subida íngreme e ultrapassagens, como o híbrido se comporta?
Aí o motor elétrico entra para ajudar o a combustão, funcionando como um "turbo".

* Sem barulho
Em um estacionamento, o manobrista reclamou que o Fusion deixado lá acabara ficando no meio da pista porque não "pegava" de jeito nenhum. Na verdade, o carro híbrido não faz barulho quando é ligado, pois o motor elétrico trabalha em silêncio.

* O Fusion híbrido é melhor de dirigir do que o modelo convencional a gasolina?
Não. A Folha levou para a pista todas as versões do sedã de luxo da Ford e os números mostram que o modelo 2.0 turbo com tração integral, por exemplo, tem 50 cavalos a mais, custa aproximadamente R$ 7.000 a menos e é mais estável e equilibrado. O híbrido só leva vantagem no consumo.

* Os dois híbridos foram bem na estrada?
Sim, embora tenham alcançado os melhores resultados na cidade, onde o motor elétrico é melhor aproveitado. Em rodovias com velocidades máximas acima de 100 km/h, vantagens como o baixo consumo ficaram menos evidentes.

* Carga pesada
Para simular uma situação de plena carga, colocamos 15 sacos de cimento, cada um com 20 kg, no porta-malas do Prius (com o banco traseiro rebatido). Apenas com o motorista (que pesava 65 quilos), o carro não conseguiu transitar usando somente o modo elétrico (EV), quando não gasta combustível.

* Dá para passar por áreas alagadas?
Embora as baterias e o motor elétrico sejam bem protegidos, os riscos de problemas são os mesmos enfrentados pelos carros convencionais: calço hidráulico no motor a combustão e pane elétrica, por exemplo. No caso dos híbridos, a maior complexidade deverá elevar o preço do conserto.

 

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