Com pinta de carro de luxo e interior de popular, sedã marca estreia da Geely
FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO
Quinta marca chinesa de automóveis de passeio a desembarcar no Brasil, a Geely chega com planos ambiciosos, mas não para um futuro próximo.
Além de uma fábrica no país a partir de 2016, a empresa promete utilizar a nova arquitetura da parceira Volvo em suas próximas gerações de veículos.
Os primeiros passos da Geely por aqui, porém, serão modestos -assim como o acabamento do sedã EC7, que estreia no próximo mês em pouco mais de uma dezena de concessionárias.
A Folha teve oportunidade de avaliar o carro médio, que é equipado com motor 1.8 a gasolina e câmbio manual de cinco marchas. O trajeto sugerido pela montadora tinha quase 100 km e incluía trecho urbano e rodoviário.
O Geely logo chama a atenção pelo desenho da carroceria, que tem tamanho e estilo de Toyota Corolla (a partir de R$ 62 mil). O EC7 ainda traz lanternas com LEDs e rodas aro 16 como itens de série.
Contudo, basta entrar na cabine para que as referências mudem completamente.
O quadro de instrumentos acanhado, o excesso de plástico no interior e a espuma densa dos assentos leva o motorista a pensar que está a bordo de um desses modelos populares de R$ 35 mil.
Nem o generoso espaço interno ou a boa lista de equipamentos de conveniência amenizam essa sensação.
De fábrica, o EC7 vem com ar-condicionado digital, acendimento automático dos faróis, sensor de estacionamento e bancos de couro sintético com cinto de três pontos para todos os ocupantes.
Segundo o grupo Gandini, que também representa a sul-coreana Kia no Brasil, o preço exato do sedã da Geely ainda não foi definido, mas deve ficar próximo de R$ 50 mil, mesma faixa dos médios-compactos nacionais Honda City 1.5 e Fiat Grand Siena 1.6 nas configurações com transmissão manual.
AO VOLANTE
Apesar de ser montado no Uruguai (e, por isso, isento de Imposto de Importação), o EC7 traz o DNA de carro chinês -tem acerto exclusivamente voltado para o conforto, não para a performance.
A direção é bastante leve, e a suspensão, macia. Essas características ajudam de certa forma no trânsito urbano, mas, em estradas sinuosas, desencorajam o condutor a passar dos 110 km/h.
Pressa, aliás, não combina com esse sedã de 130 cv e quase 1.300 kg -relação peso/potência de Chevrolet Prisma 1.4, por exemplo.
Até o fim do ano, o EC7 ganhará uma versão automática. E um "irmão" menor: o hatch compacto GC2, conhecido na China como Pandinha.
Divulgação | ||
Abreviação de Geely Compact, o GC2 é montado no Uruguai terá preço próximo a R$ 30 mil no mercado nacional |
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