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09/03/2014 - 03h09

Consumidores que preferem carro usado alegam que o custo-benefício é melhor

GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
DE SÃO PAULO

Carro novo é um objeto de desejo, mas existe um grupo que os evita. Esqueça transporte coletivo: essas pessoas também gostam de um volante, mas acreditam que o seminovo tem melhor relação custo-benefício.

É o caso do engenheiro mecânico Franklin de Souza Ferreira, 33. Ele alega nunca ter comprado um zero-quilômetro. "Só terei um quando a depreciação, de cerca de 30% do valor do veículo nos três primeiros anos, for desprezível para mim."

Outro que foge dos novos é o engenheiro civil Pedro Mauro Lopes, 60. "Acho os preços praticados muito altos. Se gosto de um determinado modelo, espero alguns anos para comprá-lo."

Lopes é dono de um Alfa Romeo 156 (2.0) ano 2001. Pela tabela, o sedã italiano de luxo vale o equivalente a um hatch popular (1.0) básico -cerca de R$ 26 mil.

Editoria de Arte/Folhapress

Contudo, quem opta por um usado precisa ter ciência de que terá outras preocupações, como a procedência do veículo e a maior necessidade de manutenção.

OFICINA

Francisco Satkunas, diretor da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), explica que, em geral, a conta da oficina começa a ficar mais alta após o carro passar dos 45 mil quilômetros.

Já Ferreira, que é dono de um VW Golf da geração passada, acredita em vida útil mais longa. "Modelos mais sofisticados tendem a não apresentar problemas graves até os 100 mil quilômetros. Mas isso dependerá da utilização do carro".

Outro argumento usado pelos adeptos dos seminovos (carros de um a três anos de uso) é que o motor, por ter alguma quilometragem e estar amaciado, tem rendimento mais próximo do ideal sugerido pelo fabricante.

Propulsores bastante "rodados" ou desregulados também apresentam esses sintomas, porém quase sempre em grau mais acentuado.

Diferentemente dos lançamentos (sujeitos a rejeição ou problemas iniciais de ajuste na produção), os seminovos costumam sofrem menos com a variação de humor do mercado, o que possibilita projetar a sua depreciação ao longo dos anos.

Do ponto de vista comercial, os maiores abalos ocorrem quando a montadora tira o modelo de linha ou quando lança uma nova geração do carro, aponta levantamento recente feito pela Folha.

Mas nem só de seminovos vivem os compradores considerados racionais.

A psicóloga Cristiane Costa Cruz acabou de comprar um Renault Twingo ano 2001 com 90 mil quilômetros, pneus novos e ar-condicionado gelando.

"Só tenho de dar um tapa na funilaria. Fiz as contas e decidi comprar um carrinho bem barato e em ótimo estado. Assim, meu custo mensal [incluindo os impostos] será baixo e não perderei muito dinheiro quando decidir vendê-lo", argumenta.

A psicóloga viveu dois meses sem automóvel na garagem até decidir comprar o compacto, que vale cerca de R$ 10 mil na tabela.

Ela optou por não contratar seguro contra roubo ou acidentes, mas teria dificuldades caso quisesse essa cobertura. Os "velhinhos" costumam ser rejeitados pelas seguradoras, que alegam dificuldade para encontrar peças novas de reposição, como exige a lei do setor.

Cristiane já teve modelos zero-quilômetro, mas diz não ceder mais à tentação.

"Não nego que é uma delícia 'inaugurar' um carro, mas o custo é muito alto e logo ele deixa de ser considerado novo. Acho também que os veículos mais velhos são menos visado por assaltantes", diz a psicóloga.

Editoria de arte/Folhapress
 

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