Megacomparativo de sedãs coloca novo Corolla em sua primeira prova de fogo

O Corolla passa por sua maior mudança desde que se tornou nacional, em 1998. A 11ª geração do sedã cresceu, ganhou jovialidade e, enfim, um câmbio automático moderno. Resultado: o carro foi da água para o vinho, mas, na essência, continua um Toyota nas virtudes e nos defeitos.

	Divulgação
	Totalmente remodelado, novo Corolla chega ao mercado nacional já como modelo 2015

O que mais chama a atenção no modelo novo é o visual. Há vincos por toda a carroceria e elementos estilísticos marcados por ângulos, como as lanternas. É a tal "escultura fluida", receita das montadoras sul-coreanas.

	Divulgação
	Lateral musculosa parece pedir rodas maiores que as de aro 16

O TRIVIAL

Mais que aos olhos, o Corolla 2015 agrada aos joelhos dos ocupantes. São 10 cm extras de entre-eixos, resolvendo o velho problema de falta de espaço no banco traseiro.

Contudo, não espere uma lista generosa de equipamentos de luxo (como a dos automóveis de origem francesa).

A exemplo do Honda Civic, atual líder da categoria, o sedã médio da Toyota continua oferecendo apenas o trivial, sem aliviar no preço.

	Divulgação
	Cabine também foi revista e oferece mais sofisticação; a parte superior do painel agora é emborrachada

A versão de entrada GLi, com câmbio manual e motor 1.8 (144 cv), parte de R$ 66.570 e traz ar-condicionado, direção elétrica, cinco airbags, chave com controle remoto das travas, computador de bordo e som com bluetooth.

Para levar a nova transmissão automática CVT que simula sete marchas -três a mais que a convencional anterior-, o consumidor precisa desembolsar mais R$ 3.420.

Acima, está a versão intermediária XEi (R$ 79.990), que soma, entre outros itens, motor 2.0 (154 cv), ar digital, controle de cruzeiro, bancos de couro e sistema multimídia com GPS, câmera de ré e TV.

Essa será a opção mais vendida, prevê a Toyota. E foi o carro que a Folha levou para a pista.

Nessa faixa de preço, ele entra na seara dos turbinados topo de linha, como o Citroën C4 Lounge THP (165 cv).

	Divulgação
	Versões 2.0 do carro trazem bancos de couro com pequenos furinhos, como em modelos premium

O Corolla tem a favor a força do seu nome, construído em cima de confiabilidade mecânica e bom valor de revenda. Nem precisaria tanto, pois agora ele pode se orgulhar também do desempenho, ótimo para um aspirado flex sem injeção direta de combustível.

CONFORTÁVEL

Ao volante, o sedã da Toyota mostrou que os reforços na estrutura e a recalibragem da suspensão o deixaram mais previsível em altas velocidades e frenagens de emergência. Quesitos que poderiam ser ainda melhores se o carro contasse com controles eletrônicos de estabilidade e tração, presente em rivais.

	Divulgação
	Com 4,62 metros de comprimento, novo Corolla cresceu 8 cm, comparado à geração anterior

A direção 8% mais direta também reforça a busca pela esportividade (que o modelo nunca teve). Mas ainda está longe do Civic ou do Jetta TSi.

O Corolla mudou para continuar sendo o meio termo do segmento, no melhor sentido. Se não encanta em tudo, também não desaponta em nada.

NOVE CONTRA UM

Com a chegada da nova geração do Corolla, as cartas foram reembaralhadas. Mas será que o Toyota é capaz de vencer esse jogo que, além da disputa pele título de melhor conjunto, mira a liderança da categoria? O segmento emplacou quase 180 mil unidades em 2013.

Os participantes são os principais sedãs médios do mercado. Só o Hyundai Elantra não apareceu para o confronto na pista de testes.

O critério para a escolha das versões foi o preço: cerca de R$ 80 mil, valor do Corolla XEi automático, considerado pelo fabricante como o de maior apelo comercial.

Primeira questão: saber o quanto o modelo 2015 havia evoluído em relação ao "antigo" Toyota.

Ajustes mecânicos no motor 2.0 (como a introdução do sistema de partida a frio sem tanquinho) e a adoção de uma moderna transmissão de sete marchas deixaram o sedã quase 1s mais rápido nos testes de aceleração que seu antecessor. Diferença de aproximadamente 10%.

ECONÔMICO

O salto foi ainda maior no consumo. O novo modelo foi cerca de 20% mais econômico: médias de 16,1 km/l com gasolina e de 14 km/l com etanol na estrada. Melhor até que o Nissan Sentra, cujo acerto é para poupar combustível, não para correr.

Em relação à agilidade, o Toyota só perde para os modelos turbinados (Jetta TSi, C4 Lounge e 408 THP), que não são flex, e praticamente empata com o Ford Focus, que tem 24 cv a mais e injeção direta de combustível (mais eficiente que a injeção eletrônica convencional).

Na média dos números (consumo, aceleração, retomada e frenagem), o Corolla destacou-se. Mas falta à Toyota ser mais generosa com a lista de equipamentos para merecer levar o carimbo de Supertrunfo do segmento.

TIRA-TEIMA

Veja os números do teste do novo Corolla e dos principais rivais:

	Editoria de Arte/Folhapress