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05/04/2014 - 06h11

Carros considerados 'rejeitados' também têm seus fãs

GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Muita gente olha torto para eles. Mas há quem, voluntariamente, compre veículos que não conquistaram o grande público por motivos como desenho simplório, preço acima da média ou fama de pouco confiáveis. A pergunta é: por que escolhê-los?

"Eu tinha algumas prioridades, como motor maior do que 1.0, conforto e espaço. Andei no Hyundai HB20 e no Chevrolet Onix e, nos dois, eu me senti meio preso. O Etios tem direção elétrica, ar-condicionado e é grande por dentro", justifica o fisioterapeuta Adriano Barroco, 36, dono de um hatch da Toyota 2013 com motor 1.3.

Não foi uma decisão simples. "Eu tinha ouvido falar tão mal do carro que fiz três test-drives, para ter certeza absoluta [da compra]."

Para contornar os pontos fracos do Etios (acabamento e nível de equipamentos), Barroco instalou bancos de couro e sensor de estacionamento no compacto.

Daniel Guimarães/Folhapress
O fisioterapeuta Adriano Barroco optou pelo Toyota Etios, que é maior e mais barato que compactos da moda, como o Hyundai HB20 e o Chevrolet Onix
O fisioterapeuta Adriano Barroco optou pelo Toyota Etios, que é maior e mais barato que compactos da moda, como o Hyundai HB20 e o Chevrolet Onix

"Foi o primeiro zero-quilômetro que eu comprei na vida, e sempre gostei da forração de couro. O carro ficou mais requintado, porém ainda o considero pobre."

A instalação dos sensores de estacionamento teve outro motivo. "A visibilidade traseira é muito ruim. Você não vê o bico do outro carro, não dá para estimar a distância", conta o fisioterapeuta.

CUSTO-BENEFÍCIO

Também pesou na decisão o fato de o Etios não vender tão bem quanto a fabricante gostaria, o que forçou a marca a fazer promoções.

"A Toyota oferecia taxa zero, e os concorrentes HB20 e Onix custavam cerca de R$ 38 mil [7% a mais que o Etios]. Dei mais de 50% do valor do veículo como entrada e pago parcelas de R$ 400. Caso comprasse o Hyundai ou o Chevrolet, a prestação, com juros, ficaria quase R$ 700."

A fama de duráveis que os carros de origem japonesa têm também influenciou Barroco, que só pretende trocar o veículo daqui a oito anos.

Já o ilustrador Marcelo Monteiro Menezes, 43, não se preocupou com a imagem não tão boa dos carros chineses ao adquirir um Chery QQ.

"Tenho o veículo desde 2012, fiz um test-drive na época e o considerei um bom automóvel. Ele também era o mais barato que existia."

Economia continua sendo um fator importante no convívio com o subcompacto. "O consumo médio dele é de 12 km/l, seja comigo, seja com a minha mulher dirigindo, mesmo com o ar-condicionado ligado. Ele tem um motor bem potente para a categoria e não sofre nem em subidas", diz Menezes.

Ainda que tenha críticas ao QQ, como o assoalho baixo que raspa com facilidade nas valetas, o ilustrador considera injusto o julgamento que fazem do carrinho.

"Escuto muitos comentários ruins, mas é engraçado que ele é sempre comparado com veículos de categorias superiores. Assim, não será nunca considerado bom. É um carro simples e, como tal, atende às expectativas. Acho que não está além nem aquém da maioria dos populares vendidos no Brasil."

Editoria de Arte/Folhapress
 

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