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27/04/2014 - 02h04

Mercado de carros usados aproveita a queda nas vendas de novos

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

Enquanto o mercado de automóveis de passeio e comerciais leves novos recuou 1,7% no acumulado deste ano, o de usados cresceu 8,5%, também em comparação com o mesmo período de 2013, apontam dados do setor.

Para Ilídio Gonçalves dos Santos, presidente da Fenauto (federação nacional dos revendedores de veículos usados), isso ocorreu pois o preço do zero-quilômetro subiu no começo do ano.

"Os veículos novos tiveram seus valores de tabela ajustados com o retorno do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], em janeiro, além da obrigatoriedade do airbag e do ABS", enumera Santos.

O Volkswagen Gol de entrada, por exemplo, que custava R$ 30.220 no final de 2013, atualmente tem preço sugerido de R$ 31.710 -alta de aproximadamente 5%.

Segundo Douglas Perez, consultor de vendas de uma concessionária VW da capital paulista, a procura por veículos novos caiu cerca de 30% nas últimas semanas.

"Esse é um ano atípico, com grandes eventos, como a Copa do Mundo e as eleições, que interferem negativamente no segmento, pois acabam desviando o foco do consumidor."

Já Antônio Cavalcanti, dono de uma revenda de usados de São Caetano do Sul, acredita que a migração para o usado deve-se também a outro fator.

"O brasileiro está valorizando cada vez mais os itens de conforto e conveniência do automóvel. Por isso, em tempos de dinheiro curto, o seminovo completo vira um negócio atrativo. Com dois anos de uso, o bem já depreciou entre 20% e 25% e os modelos mais sofisticados ainda costumam ter garantia mais longa", argumenta.

A arquiteta Denise Romansina, 37, proprietária de um Renault Clio ano 2009, diz fazer faz parte do grupo que acredita que o usado tem melhor relação custo-benefício.

"Mas estou com dificuldade de vender o meu veículo por um preço que considero justo. O zero-quilômetro está encalhado nas lojas e sendo ofertado com altos descontos. Isso acaba desvalorizando o usado", reclama.

MAIOR OFERTA
O preço dos usados também é influenciado pela maior oferta, pois muitas empresas aproveitam os altos estoques de carros novos para renovar suas frotas estabelecendo contratos diretamente com as fabricantes.

Para quem recoloca no mercado os veículos dados em troca nessas negociações, o momento é interessante. "O crédito para compra de seminovos não melhorou muito, mas também não piorou, e isso já é uma boa notícia", diz Roberto Bottura, diretor comercial da Control Motors, empresa especializada em desmobilização de frotas.

RANKING DE USADOS

A lista dos 20 carros usados mais negociados do país é encabeçada por modelos como VW Gol, Fiat Palio e Uno, que também aparecem no ranking dos novos.

Contudo, modelos que já saíram de linha há anos continuam tendo bom comércio. Um dos casos é o Fusca, que aparece na 17ª posição do "grid", à frente de muitos modelos mais modernos, como o Renault Sandero (20º) e o Fiat Punto (29º).

 

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